Centralidade e actualidade da fé e da Igreja, educação católica e a liturgia : aspectos
referidos por Bento XVI, num encontro com os Bispos suíços, no Vaticano
O Papa exortou os Bispos helvéticos a não minimizarem a capacidade de atracção da
fé e da Igreja, que não pertence ao passado e não passou de moda. “O cristianismo
– afirmou Bento XVI, exprimindo-se em alemão – não é formado por um imenso saco de
elementos díspares e incongruentes, mas sim de um conjunto coerente de tudo o que
afirma a profissão de fé. Tudo o que o desenvolvimento da fé foi explicitando foi
só dado para tornar mais inteligível o rosto de Deus”. Bento XVI insistiu também
na necessidade de assegurar “uma boa formação teológica dos futuros padres e dos que
transmitem o ensinamento da fé, fazendo votos de que os professores de religião “não
se limitem a transmitir bons conhecimentos intelectuais, mas saibam também formar
numa fé inteligente”. O Papa reconheceu que “a catequese tem dado muitos passos
importantes do ponto de vista metodológico”, mas considerou que “está de tal maneira
diluída na antropologia e nas convicções do senso comum que não consegue ser portadora
dos conteúdos da fé”. Bento XVI atribui a este facto uma grave quota de responsabilidade
na perda da fé e dos conhecimentos religiosos de tão elevado número de pessoas. È
mais do que nunca necessário anunciar às crianças e aos jovens a Criação, a história
da Salvação e quem é Cristo”. Neste encontro com os Bispos da Conferência Episcopal
Helvética, Bento XVI referiu-se à prática incorrecta de confiar a leigos a pregação
da homilia, recordando que esta compete à pessoa do padre, pelo facto de ser “parte
integrante da dimensão sacramental”. “Por vezes –admitiu – o padre está muito cansado,
ou já pregou no mesmo dia noutras celebrações, ou então é muito idosos, esgotado”,
o que pode levar as pessoas a interrogarem-se se não será melhor confiar a homilia
a um bom assistente pastoral. “Trata-se, contudo (advertiu o Papa), de uma visão puramente
funcional”, até porque “a homilia não constitui uma interrupção da liturgia para dar
lugar a um discurso”. O padre “deve cumprir integralmente a sua missão”. A concluir,
Bento XVI referiu ainda a importância do sacramento do perdão e do diálogo ecuménico,
no caso da Igreja helvética.