2006-11-09 11:34:35

BENTO XVI AOS BISPOS SUÍÇOS: QUANDO O HOMEM DIZ "NÃO" AO SEU AMOR, DEUS ENCONTRA UM NOVO CAMINHO PARA A MISERICÓRDIA


Cidade do Vaticano, 08 nov (RV) - O amor de Deus é bem mais forte que a rejeição com a qual o homem responde. "Para cada 'não' do homem, Deus dispensa uma nova dimensão de seu amor; Deus encontra um novo caminho, bem maior, para realizar o seu 'sim' ao homem, à sua história e à criação." Esta foi a palavra improvisada, ontem, pelo papa, na homilia em alemão, durante a missa celebrada na capela Redemptoris Mater, no Vaticano, com os bispos suíços, por ocasião de sua qüinqüenal visita 'ad limina'.

Bento XVI, ainda na manhã de ontem, dirigiu aos prelados helvécios outro discurso, feito também em alemão e espontaneamente, na primeira reunião com eles.

Voltando à homilia pronunciada pelo Santo Padre durante a celebração com os prelados da Suíça, foi clara a sua mensagem: "Deus não fracassa", ressaltou ele várias vezes em sua homilia. Deus, mesmo deixando para o homem a liberdade, que lhe pode dizer 'não', encontra sempre caminhos novos para dispensar uma nova dimensão de seu amor. A "fantasia de Deus, a força criadora de seu amor é maior do que o 'não' humano".

O Papa quis retomar a história da humanidade explicando que, se Adão "considerou a amizade com Deus como uma dependência e se considerou um deus, como se pudesse existir por si mesmo" e por isso caiu, Deus, por sua vez, tornando-se "homem, ele mesmo", recomeçou "uma nova humanidade", desceu "até aos abismos mais profundos do ser humano", abaixou-se "até à cruz" e venceu "a soberba com a humildade e com a obediência da cruz".

O homem continua pronunciando um 'não' em relação a Deus, que o convida continuamente a participar de seu amor _ disse o Santo Padre. "Desse modo, o Evangelho, por meio desse percurso de crucifixão sempre novo, se torna universal, abarca a todos".

Em sua reflexão, Bento XVI quis evidenciar que os 'não' de hoje são aquelas "muitas coisas graves e situações difíceis" relatadas durante as visitas 'ad limina'; mesmo assim, a mensagem de Deus continua percorrendo a terra.

"Sabemos que as Igrejas estão cada vez mais vazias, os seminários continuam se esvaziando, as casas religiosas também vão ficando vazias; conhecemos todas as formas nas quais se apresenta hoje este 'não', pois as pessoas têm 'outras coisas importantes a fazer'" _ disse o Papa.

A razão disso está no fato de que "a posse e as relações humanas… envolverem de tal modo as pessoas que elas pensam não ter mais necessidade de nada para preencher totalmente o seu tempo e, por conseguinte, a sua existência interior".

O Pontífice ressaltou que muitos "jamais fizeram a experiência de Deus; jamais tomaram "gosto" por Deus; jamais experimentaram como é delicioso ser "tocados" por Deus! Então, a tarefa da Igreja é "ajudar para que as pessoas possam saborear, para que posam sentir novamente o gosto de Deus".

Bento XVI concluiu a sua homilia afirmando que se "existem tantos problemas que podem ser enumerados e devem ser resolvidos". Tais problemas "não serão solucionados se Deus não for trazido ao centro, se Deus não se tornar novamente visível no mundo, se ele não se tornar determinante em nossa vida, se não entrar no mundo de modo determinado por nosso intermédio " (RL)








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