2006-11-09 15:44:40

Arcebispo de Kirkuk opõe-se a iniciativa americana para proteger cristãos iraquianos


( 09/11/2006) O Arcebispo de Kirkuk, D. Louis Sako, pronunciou-se contra os planos da Conferência Episcopal dos EUA (USCCB) para dar maior protecção aos cristãos iraquianos que correm o risco de desaparecer do país. O prelado iraquiano discorda que seja criado um santuário para os cristãos em Nínive e uma política de asilo nos Estados Unidos da América para refugiados iraquianos.
Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, D. Louis Sako diz que são "impossíveis" os planos propostos pela USCCB no sentido de dar maior protecção aos cristãos que estão a sair do Iraque. O arcebispo católico-caldeu de Kirkuk considera que o pedido da Conferência Episcopal à Secretária de Estado, Condoleeza Rice, não irá contribuir para travar a possível extinção dos cristãos no Iraque, quando já se fala na existência de uma limpeza étnica.
Referindo-se à iniciativa norte-americana, o prelado afirmou que esta "poderá criar mais tensão do que apoio efectivo aos cristãos", uma vez que pode causar divisões entre os cristãos numa altura em que cresce o sentimento anti - americano no Iraque.
No passado dia 3 de Novembro o presidente da Comissão para a Política Internacional da USCCB, D. Thomas Wenski, escreveu uma carta a Condoleeza Rice, pedindo que fossem tomadas medidas para melhorar a situação, que tem vindo a agravar-se, dos cristãos e outras minorias religiosas no Iraque.
Na sua mensagem, D. Wenski denuncia vários casos recentes de violência que atingiram as comunidades cristãs, como a recente decapitação de um sacerdote ortodoxo em Mossul, a crucificação de um jovem cristão em Albasra, raptos de sacerdotes e violações de mulheres cristãs. O prelado norte-americano afirma que "o ataque crescente e deliberado aos cristãos é um sinal ameaçador da crise na sociedade iraquiana, baseada na ordem civil e no respeito inter-religioso, e é uma grave violação dos direitos humanos e da liberdade religiosa".
"Não fomos todos assimilados pelas forças da coligação. Não temos nada a ver com elas, nem temos, de facto, nada a ver com o Ocidente. Somos cristãos, somos cidadãos como os outros", declarou, por sua vez, D. Sako, sublinhando a tradição secular de coexistência entre cristãos e a cultura islâmica.
O prelado iraquiano informou que o êxodo cristão em Bassorá prossegue e que 200 famílias já saíram da região. Este facto levou o bispo local, D. Djibrail Kassab, a sair da diocese para assumir um novo posto administrativo em Sidney, junto das comunidades exiladas na Austrália. Segundo o arcebispo, Bassorá deverá permanecer como sede vaga e apenas um padre serve agora aquela diocese.
"Quase não há futuro para a Igreja em muitas regiões do país, incluindo Bagdad, Mossul e Bassorá", referiu o prelado que descreveu ainda a situação em Kirkuk como "calma e pacífica".
(Departamento de Informação – Fundação Ajuda à Igreja que Sofre)








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