Cidade da Guatemala, 07 nov (RV) - A Guatemala foi denunciada por violar os
direitos humanos de um grupo de 49 pessoas portadoras do vírus da Aids. O país não
lhes oferece atendimento médico, nem os medicamentos necessários para sobreviver.
A
denúncia foi feita pelo Centro de Justiça e Direito Internacional (CEJIL), pela Fundação
Preventiva de Aids Fernando Iturbide, pela Associação de Saúde Integral e a Rede Nacional
de Pessoas com Aids, diante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Até
agora, 6 pessoas desse grupo faleceram e 32 recebem medicamentos doados pela organização
Médicos Sem Fronteiras. Segundo o Centro de Justiça e Direito Internacional, este
caso coloca em evidência que o Estado guatemalteco viola o direito à vida e à saúde
dessas pessoas.
Os agentes estatais destacaram os esforços que fazem para avançar
na cobertura médica da população afetada pelo vírus da Aids. No entanto, os requerentes
indicaram que estes esforços têm sido insuficientes, levando em conta o crescimento
da epidemia.
As organizações também criticaram a inexistência de uma política
governamental que garanta os direitos das pessoas portadoras do vírus, apesar da Guatemala
ter provado uma lei que prevê o atendimento integral para elas.
"Que a Guatemala
instaure uma política nacional que garanta a todas as pessoas portadoras do vírus,
ter acesso tanto aos exames que aos medicamentos anti-retrovirais que lhes permitam
viver dignamente" _ ressaltaram os denunciantes.
Durante a audiência, tanto
as organizações denunciantes, como o Estado, lamentaram que o governo estadunidense
não concedeu o visto de entrada a duas vítimas do caso que testemunhariam a situação
diante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sendo este um novo ato
de discriminação contra elas, por serem portadoras do vírus. (MJ)