Cidade do Vaticano, 06 nov (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã,
no Vaticano, o primeiro grupo de bispos alemães em visita 'ad Limina', conduzidos
pelo arcebispo de Berlim, o Cardeal Maximilian Sterzinsky.
A Alemanha, com
82 milhões de habitantes, é o Estado europeu mais populoso. 43% dos alemães se professam
protestantes, 32%, católicos, e existe uma minoria de muçulmanos e judeus. O segundo
grupo étnico é o dos turcos, com pouco mais de 2 milhões.
Desde 2003, a Alemanha
está empenhada num plano de reformas do sistema fiscal e do mercado de trabalho, mas
desde o ano passado se registra uma situação difícil para a economia, com baixos consumos
e um altíssimo desemprego, que fez registrar mais de 5 milhões e 200 mil pessoas sem
trabalho.
Foi São Bonifácio, bispo e mártir, que iniciou, no século VIII, a
evangelização das populações germânicas. Deve-se a ele a construção da célebre Abadia
de Fulda, onde está sepultado. No século XVI, na Igreja alemã, teve início o cisma
protestante com Martinho Lutero.
Nasceram guerras e revoluções sociais. Depois,
em 1555, na então Alemanha dividida entre princípios católicos e princípios protestantes,
a paz Augusta sancionou a regra do cuius regio eius religio, ou seja, o reconhecimento
dos princípios da liberdade de escolher para si e para os próprios súditos a religião
a ser professada.
A Igreja católica conta hoje na Alemanha 12.320 paróquias,
7 províncias eclesiásticas. Entre dioceses e arquidioceses, Ordinariato Militar e
Exarcado apostólico para os fiéis ucranianos de rito bizantino, se contam 29 circunscrições
eclesiásticas.
Os bispos são 108. Nas últimas décadas eles publicaram documentos
sobre a catequese, a doutrina social, as transformações antropológicas, e tomaram
iniciativas pastorais sobre o direito de asilo, a defesa do domingo como dia festivo,
o aborto, os novos desafios da bioética, as relações com as minorias religiosas.
A
conferência episcopal se pronunciou nestes anos sobre o tema da memória histórica,
em particular sobre a II Guerra Mundial e sobre a responsabilidade no Holocausto,
na reaproximação com os povos dos países vizinhos, no processo de unificação e no
apoio ao papel do país no caminho da União Européia.
Ultimamente, a Igreja
alemã teve que afrontar, além das dificuldades causadas pela diminuição da prática
religiosa e das vocações, diversos problemas ligados à família e ao cuidado pastoral
para com os divorciados recasados.
Alguns documentos pastorais comuns foram
significativos no caminho ecumênico, como a Declaração conjunta sobre a Doutrina da
Justificação, as considerações partilhadas em matéria ética e social, e a celebração
unitária, em 2003, do Dia ecumênico da Igreja. (RL)