2006-11-06 09:34:22

REPRESENTANTE VATICANO NA ONU: TERRORISMO, NIILISMO E FUNDAMENTALISMO AMEAÇAM A PAZ


Nova York, 04 nov (RV) – "Terrorismo, niilismo e fundamentalismo fanático ameaçam hoje a coexistência pacífica" da humanidade, na medida em que separam a paz da verdade. Foi o que disse ontem, sexta-feira, o observador permanente da Santa Sé na ONU, o arcebispo Celestino Migliore, durante os trabalhos da Assembléia Geral em curso na sede da organização, em Nova York.

"A paz _ ressaltou o prelado _ implica uma verdade que é comum a todos os povos e ultrapassa as diferenças culturais, filosóficas e religiosas": a "dignidade de toda pessoa" está "intimamente ligada ao transcendente".

Dom Migliore citou a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz deste ano, intitulada "Na verdade, a paz", na qual o papa afirma que "a excessiva exaltação das próprias diferenças contrasta com esta verdade basilar. É preciso recuperar a consciência de estarmos irmanados num mesmo e, em última análise, transcendente destino, para se poder valorizar da melhor forma as próprias diferenças históricas e culturais sem as contrapor, mas, antes, harmonizando-as com os que pertencem a outras culturas".

"A falta da verdade fundamental da paz em nível cultural _ prosseguiu o representante vaticano _ produziu, indubitavelmente, efeitos devastadores" nestes últimos anos. "O exemplo mais dramático é o terrorismo internacional" cujas raízes culturais são análogas às do niilismo.

"Os niilistas _ observou Dom Migliore, citando Bento XVI _ negam a existência de qualquer verdade, os fundamentalistas avançam a pretensão de poder impô-la com a força. Mesmo tendo origens diversas e sendo manifestações que se inserem em contextos culturais distintos, o niilismo e o fundamentalismo têm em comum um perigoso desprezo pelo homem e sua vida e, em última análise, pelo próprio Deus."

Daí podem derivar "terrorismo, guerras, genocídios e injustiças nacionais e internacionais que (…) oprimem e abandonam populações inteiras à fome", ameaçando o direito à existência.

Nessas situações _ recordou o observador permanente da Santa Sé na ONU _, a verdade da paz está ligada ao princípio da responsabilidade por parte da comunidade internacional de proteger os povos ameaçados. (RL)







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