2006-11-05 15:47:44

Morrer faz parte do viver. Aliás
Jesus revolucionou o sentido da morte:
a meditação de Bento XVI neste domingo ao meio-dia, ao Angelus


Partindo da recente comemoração dos fiéis defuntos, o Santo Padre meditou sobre a realidade da morte, na perspectiva da fé e da esperança cristã.
"Morrer faz parte do viver, e isto não só no final, mas, bem vistas as coisas, em cada instante da existência. Não obstante todas as distracções, a perda de uma pessoa querida faz-nos redescobrir o problema, levando-nos a sentir a morte como uma presença radicalmente hostil e contrária à nossa vocação natural à vida e à felicidade.
"Jesus revolucionou o sentido da morte. Fê-lo com o seu ensinamento, mas sobretudo enfrentando Ele próprio a morte. Morrendo, Ele destruiu a morte, repete a Liturgia do tempo pascal… O Filho de Deus quis, deste modo, partilhar plenamente a nossa condição humana, para reabri-la à esperança.
"Em última análise, Ele nasceu para morrer, libertando-nos assim da escravidão da morte. Diz a Carta aos Hebreus: Ele experimentou a morte, para vantagem de todos. Desde então, a morte já não é a mesma: ficou privada, por assim dizer, do seu veneno. O amor de Deus, operante em Jesus, deu de facto um sentido novo a toda a existência do homem, transformando também o morrer".

Neste contexto, Bento XVI sublinhou que “quem se empenha em viver como Cristo, é libertado do medo da morte”, a qual, como diz São Francisco no Cântico das Criaturas – assume “o rosto amigo de uma irmã, pela qual até se pode dar graças a Deus: Louvado sejais, Senhor, pela nossa irmã a morte corporal”. A verdadeira morte, que há que temer (prosseguiu ainda) é a morte da alma, que o Apocalipse chama segunda morte. “De facto, quem morre em pecado mortal, sem arrependimento, encerrado na orgulhosa recusa do amor de Deus, autoexclui-se do reino da vida.
E o Papa concluiu convidando (citamos) a “invocar do Senhor, por intercessão de Maria Santíssima e de São José, a graça de nos prepararmos serenamente para partir deste mundo, quando Ele nos quiser chamar, na esperança de poder permanecer eternamente com Ele, em companhia dos santos e dos nossos queridos defuntos.


Foi depois da recitação do Angelus que Bento XVI referiu, como dizíamos, a “viva preocupação” com que segue as notícias sobre o deteriorar-se da situação na Faixa de Gaza. “Desejo exprimir, disse, a minha proximidade às populações civis que sofrem as consequências dos actos de violência. Peço-vos para vos unirdes à minha oração, para que Deus omnipotente e misericordioso ilumine as Autoridades israelitas e palestinianas, como também as das Nações que têm uma especial responsabilidade na Região, para que se empenhem em fazer cessar o derramamento de sangue, multiplicar as iniciativas de socorro humanitário e favorecer o retomar imediato de negociações directas, sérias e concretas







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