Visitando a Universidade Gregoriana, fundada por Santo Inácio há 456 anos, o Papa
Bento XVI “confia uma vez mais” aos Jesuítas esta “obra tão importante para a Igreja
universal e para tantas Igrejas particulares”.
.(03/11/2006-RV) A propósito da “identidade e missão” da Gregoriana, o Santo Padre
sublinhou que esta supõe ao mesmo tempo “fidelidade à sua própria história e tradição,
para não perder as raízes históricas, mas também abertura à realidade actual para
responder – com atento discernimento e espírito criativo – às necessidades da Igreja
e do mundo de hoje”. “A Igreja – disse ainda – “deseja que a Gregoriana conserve o
espírito inaciano que a anima, com o seu próprio método pedagógico e o seu modo de
organizar os estudos”.
Evocando a sua própria experiência de estudo e ensino
teológico, não só nas Universidades alemãs, mas também um Curso de Teologia Dogmática
dada em 1972, nesta Universidade Gregoriana (na altura em que era catedrático em Regensburg),
observou o Papa Ratzinger: “Para ter sentido em relação ao Reino de Deus, a fadiga
do estudo e do ensino deve ser animado pelas virtudes teologais” (da fé, da esperança
e da caridade). De facto, o objecto imediato da ciência teológica… é o próprio Deus,
revelado em Jesus Cristo. Mesmo quando, no caso do Direito Canónico e da História
da Igreja, o objecto imediato é o Povo de Deus na sua dimensão visível e histórica,
e a análise aprofundada da matéria conduz à contemplação, na fé, do mistério de Cristo
ressuscitado. É Ele que, presente na sua Igreja, a conduz no meio dos acontecimentos
do tempo para a plenitude escatológica, uma meta para a qual caminhamos sustentados
pela esperança. Não basta porém, conhecer Deus; para podê-lo realmente encontrar,
é preciso também amá-lo. O estudo da Teologia, do Direito Canónico e da História
da Igreja não é só conhecimento das proposições da fé na sua formulação histórica,
e na sua aplicação prática, mas é sempre também inteligência dessas mesmas, na fé,
na esperança e na caridade. Só o Espírito perscruta as profundidades de Deus; portanto,
só na escuta do Espírito se pode perscrutar a profundidade da riqueza, da sapiência
e da ciência de Deus. E o Espírito, escuta-se na oração, quando o coração se abre
à contemplação do mistério de Deus, que se revelou no Filho Jesus Cristo”.