2006-11-03 16:53:15

CARDEAL SEPE FALA DO I CONGRESSO MISSIONÁRIO ASIÁTICO


Cidade do Vaticano, 02 nov (RV) - Realizou-se nos dias passados em Chiang Mai, na Tailândia, o I congresso Missionário Asiático, com o tema "A história de Jesus Cristo na Ásia: uma celebração de vida e de fé", organizado pela Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), proposto pela Congregação para a Evangelização dos Povos. Os trabalhos foram presididos pelo enviado especial do Santo Padre, o arcebispo de Nápoles, cardeal Crescenzio Sepe, até pouco tempo, Prefeito do referido organismo vaticano. De retorno da Tailândia, a Rádio Vaticano o entrevistou.

"A representação de mais de mil delegados, com todos os bispos, na realidade de todos os países que compõem este vasto continente, fez de modo que tivéssemos uma análise profunda de toda a evangelização nesse continente. Sabemos que é um dos continentes com o menor número de católicos, em proporção ao vasto número de habitantes, mais de quatro bilhões, enquanto os católicos giram em torno de 120 milhões" _ disse o cardeal Sepe.

"Este exame de consciência, esse aprofundamento e, sobretudo, a busca de um caminho que pudesse comprometer os católicos numa evangelização no contexto cultural, social e religioso da Ásia, foi um momento forte. Além da tomada de consciência, há o compromisso de todos os bispos, sacerdotes, religiosos e leigos a evangelizar com uma metodologia e uma inculturação típicas do continente asiático."

Interrogado pela Rádio Vaticano sobre como evangelizar no contexto asiático, em meio a tantas culturas e religiões, o cardeal Sepe esclareceu: "A inculturação permanece sempre o instrumento fundamental e seguro. O magistério, e, sobretudo o de João Paulo II, havia expressado em diversas ocasiões que a autêntica inculturação leva em consideração primeiramente a realidade a ser evangelizada, e depois segue o testemunho da caridade. Devo dizer que no continente asiático as obras caritativas que têm cunho social são uma presença que vai muito além do número dos católicos presentes em cada nação. Refiro-me, sobretudo, aos grandes países como a China e Índia, onde a realidade caritativa constitui um dos pontos firmes em torno ao qual gira toda a atividade das nossas organizações católicas. Creio que uma justa inculturação com o testemunho da caridade são os caminhos nos quais se deve trilhar para evangelizar hoje esse maravilhoso e, ao mesmo tempo, difícil e delicado continente asiático."

Da realidade asiática, passou-se ao contexto da realidade de Nápoles, onde e arcebispo o cardeal Sepe. Foi-lhe interrogado sobre as peculiaridades e dificuldades encontradas na realidade napolitana para a evangelização. "Existem riquezas enormes, constituídas, sobretudo pelo compromisso por parte de sacerdotes, religiosos e leigos, que vivem intensamente, profundamente inculturados no contexto social, cultural e religioso do povo napolitano" _ afirmou o arcebispo de Nápoles. Ali estão "pessoas que se dedicam verdadeiramente sem poupar tempo e energias ao cuidado das almas, mas também às situações apresentadas por essas realidades, com iniciativas de caráter social, caritativo. Nesse sentido _ disse o purpurado _, diria que existe uma série de situações que torna também mais consoante ao compromisso ministerial nesta nossa realidade. Devo dizer que há um bom número de sacerdotes e religiosos _ infelizmente ainda insuficientes _ para responder às necessidades enormes que existem no território. Mas justamente a boa vontade, o compromisso, esse desejo de encarnar o Evangelho de Cristo nesta realidade, tudo isso dá muita esperança e muita confiança". (RL)








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