2006-11-01 13:49:12

“Vida eterna não quer só dizer uma vida que dura para sempre, mas uma nova qualidade de existência, plenamente imersa no amor de Deus”: Bento XVI, no dia de Todos os Santos, antes da recitação do Angelus, com dezenas de milhares de pessoas congregadas na Praça de São Pedro.


(01/11/2006- RV) De manhã, na basílica do Vaticano, o Papa presidiu a uma solene celebração eucarística, que substituiu, nesta quarta-feira, a costumada audiência geral.
Comentando as leituras do dia, Bento XVI evocou uma famosa homilia de São Bernardo em que este, interrogando-se sobre o sentido desta celebração anual, observava: “Os nossos santos não precisam das nossas honras e nada recebem do nosso culto. Pela minha parte, devo confessar que quando penso nos santos, me sinto inflamar em grandes desejos. Eis o significado da solenidade de hoje:


“Considerando o luminoso exemplo dos santos, despertar em nós o grande desejo de sermos como os santos – felizes, de viver junto de Deus, na sua luz, na grande família dos amigos de Deus. Ser santos significa vivermos na proximidade com Deus, viver na sua família. É esta a nossa vocação, de todos nós, reafirmada com vigor pelo Concílio Vaticano II, é hoje de novo solenemente proposta à nossa atenção”.


Para ser santo, prosseguiu o Papa, “não é preciso realizar obras extraordinárias, nem possuir carismas excepcionais, Basta simplesmente “servir” Jesus, escutá-lo, segui-lo sem esmorecer perante as dificuldades”.


“As biografias dos santos descrevem homens e mulheres que, dóceis aos desígnios divinos, enfrentaram por vezes provações e sofrimentos indescritíveis, perseguições e martírio. (… …) O exemplo dos santos é para nós um encorajamento a seguir os mesmos passos, a experimentar a alegria de quem confia em Deus, porque a única verdadeira causa de tristeza e de infelicidade – para o homem – é viver longe d’Ele”.


“A santidade – observou ainda Bento XVI -exige um esforço constante, mas é possível a todos porque, mais do que obra do homem, é sobretudo dom de Deus, três vezes Santo… Foi Deus que nos amou, primeiro, e em Jesus nos tornou seus filhos adoptivos. Na nossa vida, tudo é dom do seu amor. Como permanecer indiferentes perante um tão grande mistério?” “Em Cristo, (Deus Pai) comunicou-nos a sua eterna e perfeita santidade e chama –nos a uma relação pessoal e profunda com Ele. Quanto mais imitamos Jesus e Lhe permanecemos unidos, tanto mais entramos no mistério da santidade divina. Descobrimos que somos amados por Ele de modo infinito e isto nos leva… a amar os irmãos”.


Ao meio-dia, já da janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, Bento XVI evocou de novo, a solenidade de Todos os Santos e, amanhã, a comemoração dos fiéis defuntos, que – observou – convidam a “meditar sobre a vida eterna”. “O homem moderno espera ainda esta vida eterna? Não será que a considera uma mitologia já ultrapassada? No nosso tempo, mais do que no passado, por vezes torna-se difícil pensar em Deus como protagonista da história e da nossa própria vida”. Em todo o caso, ´”é insuprível no ser humano a aspiração à justiça, à verdade, à verdade, à plena felicidade”
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“Para nós, cristãos, vida eterna não indica só uma vida que dura para sempre, mas sim uma nova qualidade de existência , plenamente imersa no amor de Deus, que livra do mal e da morte e nos põe em comunhão sem fim com todos os irmãos e irmãs que participam do mesmo Amor.”
“Tudo passa, só Deus não muda. Diz um Salmo: “Desfalecem a minha carne e o meu coração; mas a rocha do meu coração é Deus, é Deus a minha sorte para sempre”. Todos os cristãos, chamados à santidade, são homens e mulheres que vivem profundamente ancorados nesta Rocha; têm os pés assentes na terra, mas o coração está já no Céu, morada definitiva dos amigos de Deus”.









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