2006-10-31 11:04:34

REPRESENTANTE VATICANO NA ONU SATISFEITO PELO VOTO SOBRE O CONTROLE DO COMÉRCIO INTERNACIONAL DAS ARMAS CONVENCIONAIS


Nova York, 30 out (RV) - A Santa Sé, através de seu observador permanente na ONU, o arcebispo Celestino Migliore, expressou grande satisfação pela aprovação na sede do organismo, em Nova Yorque, quinta-feira passada, com uma esmagadora maioria, de um projeto de resolução para a redação de um tratado sobre o controle do comércio internacional das armas convencionais. Os trabalhos se realizaram no âmbito da comissão de desarmamento e segurança: 139 votos a favor do projeto, contrários somente os EUA. Vinte e seis Estados se abstiveram, entre os quais China, Rússia, Índia e Paquistão. Segundo a Anistia Internacional, o voto "cria oportunidade histórica para frear o comércio irresponsável e imoral de armas".

Dom Celestino Migliore, em entrevista concedida à Rádio Vaticano falou desta alegria pela aprovação do projeto: "Muitos de nós saudamos esse voto com grande favor. É claro, a estrada é ainda muito longa. Trata-se apenas de uma resolução que dá o mandato ao Secretário-geral da ONU para preparar um relatório sobre o comércio das armas convencionais dentro de um ano. Depois, um grupo de trabalho começará a trabalhar sobre essa questão. Trata-se, no entanto, de uma vitória importantíssima em nível humano, diria, sobretudo considerando a dimensão humana das tantas vítimas causadas pelas armas. A Santa Sé, de sua parte, foi muito ativa no apoio a essa iniciativa."

Interrogado sobre a votação majoritária, excluindo-se apenas os Estados Unidos, dom Migliore afirmou: "O comentário é que entre os 139 que votaram a favor estão muitos países produtores, grandes produtores de armas convencionais, porque obviamente esse tratado não proibirá a produção e o comércio de armas, mas os regulará. Agora também os grandes produtores desejam ter um quadro preciso para o comércio e a transferência das armas, e penso que esse seja um sinal positivo."

Pronunciando-se sobre esta mobilização internacional no processo de desarmamento, dom Migliore observou que "estamos falando das armas convencionais; depois existe toda a questão das armas não convencionais, como as armas nucleares, radiológicas e químicas e sobre isso também a Santa Sé está apoiando muitíssimo os Estados e as organizações da sociedade civil, que lutam a fim de que, por exemplo, entre finalmente em vigor o tratado que proíbe os testes nucleares e que proíbe a um Estado nuclear atacar com armas nucleares um Estado não nuclear, e para que se chegue o mais rápido possível a um tratado sobre o material físsil… Eis, portanto que são muitos os temas a seres discutidos. É um período de estagnação do desarmamento de modo geral, porém, existem muitos motivos de esperança, como esse voto na ONU, que nos animam a portar avante essa causa". (RL)







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