2006-10-30 18:37:18

TETTAMANZI AOS PERUANOS: MIGRAÇÕES PODEM DESTRUIR A FÉ


Milão, 30 out (RV) - "Meus caros: hoje vocês festejam a nossa fé. Mas, além da festa, está a vida de cada dia. Vocês, migrantes, sabem que a migração, não poucas vezes, coloca em crise ou até pode destruir a fé, e com isso, a unidade de suas famílias". Desta forma, na manhã deste domingo, o arcebispo de Milão, cardeal Dionigi Tettamanzi, se dirigiu à comunidade peruana, durante a Missa do Senhor dos Milagres.

"Mantenham forte e viva em seus corações esta fé! _ acrescentou. Façam-na crescer com a Palavra de Deus que encontram na Sagrada Bíblia, com os Sacramentos da Igreja e com a catequese. A fé é a luz e a força da vida. Com a fé na mente e no coração vocês poderão sempre conhecer os passos da verdade e do bem, da honestidade, da justiça e da paz."

"Desta forma, vocês terão um caminho de vida cristã convicto e comprometido. Conservem, sólida e límpida, esta fé contra toda tentação e todo perigo, mesmo com sacrifícios" _ disse o cardeal Tettamanzi.

"Os seus filhos, amanhã _ acrescentou o cardeal numa outra passagem de seu discurso _ deverão inserir-se na cultura, na economia, na política; numa palavra, na vida desta nova nação: a Itália, onde vocês chegaram com tantos sacrifícios. Pois bem _ exortou o purpurado _, cabe a vocês, com as suas tradições, sua cultura e identidade, acompanhar e apoiar estes jovens para que não percam nem a cultura própria, nem a fé, mas se insiram com dignidade e decisão para formar um novo povo, um povo de rosto cristão! Esta tarefa é difícil, árdua, mas grande e gloriosa. Levem as próprias cores para formar uma nova bandeira!"

O cardeal fez, então, um apelo ao povo peruano: "não esqueça a sua identidade humana e cristã; recorde-a sempre e a ensine a seus filhos, para que todos juntos possam formar um novo povo, mais feliz, mais forte, mais unido".

Ao término da missa, a comunidade peruana de Milão procedeu à tradicional procissão do Senhor dos Milagres, da qual participaram milhares de pessoas. A devoção ao Senhor dos Passos remonta ao final do século XVII. Em 1651, um escravo angolano que vivia no bairro de Pachacamilla, em Lima, pintou num muro a imagem de Cristo crucificado, como símbolo de proteção e de oração. Em 1655 houve um terrível terremoto em Lima; parte da cidade foi destruída, mas não a imagem de Cristo crucificado, que permaneceu intacta também depois do terremoto de 1687. O povo peruano decidiu inaugurar a tradição de levar em procissão uma cópia daquela imagem milagrosa, como sinal de memória e devoção, ainda mais depois da imagem ter resistido ao novo terremoto de 28 de outubro de 1746. A partir daquele dia a procissão se realiza sempre no último domingo de outubro e conta com a participação de fiéis que vão vestidos de branco e roxo. A devoção ao Senhor dos Milagres chegou também à Itália e à capital lombarda, Milão (MZ)








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