Poso, 24 out (RV) - O secretário da Comissão Episcopal para o Diálogo Inter-religioso
na Indonésia, Ignatius Ismartono, comentou em uma entrevista à agência de notícias
Misna que no país "falta uma autoridade que proteja realmente as pessoas".
O
fim do Ramadã, celebrado ontem, foi acompanhado de novos confrontos entre muçulmanos
e forças da polícia local. Um grupo de homens armados atacou uma patrulha da polícia,
usando fuzis automáticos e pedras. Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas.
Logo após o grupo incendiou uma igreja cristã em Poso, na parte central da ilha Sulawesi
(antiga Célebes) _ segundo fontes policiais.
Poso está vivendo um período de
tensão, depois que no mês passado três militantes cristãos foram fuzilados, porque
considerados responsáveis pelos conflitos inter-religiosos entre cristãos e muçulmanos
ocorridos entre 1998 e 2001.
Em três anos de hostilidades mais de 2.000 pessoas
foram mortas antes da entrada em vigor de um acordo de paz assinado no final de 2001.
Segundo
Ignatius Ismartono e outras autoridades locais, a polícia faz de tudo para alimentar
as tensões em Poso. Fontes locais referiram que 700 policiais invadiram a cidade aterrorizando
as pessoas sem algum motivo, antes de serem atacadas pelos homens armados.
Nestas
últimas semanas, dois comerciantes muçulmanos e um pastor protestante foram mortos
e explodiram pelo menos 7 bombas na cidade. A Indonésia é a nação onde a maioria é
muçulmana, mas na ilha Sulawesi as comunidades cristãs e muçulmanas são iguais em
número. (MJ)