Cidade do México, 25 out (RV) - Preocupados com a gravidade dos conflitos que
crescem dia a dia no povoado de Oaxaca, e com o estado de ingovernabilidade que castiga
a dignidade de seu povo, os bispos mexicanos levantaram a voz através de um comunicado,
no qual reafirmam que "há esperanças de conseguir a paz". O documento foi emitido
nesta terça-feira, 24, pela Conferência Episcopal Mexicana.
Há cinco meses,
o Estado mexicano de Oaxaca está imerso em uma profunda crise social, desde que os
professores começaram uma greve, em maio, reivindicando salários mais altos. Aos professores
uniram-se à Assembléia Popular do Povoado de Oaxaca e outras 200 organizações civis,
que mantêm ainda hoje ocupadas praças, ruas, edifícios públicos e emissoras.
"Urge
a força da ordem, e não da repressão _ dizem os bispos, no texto. A solução está no
coração de cada mexicano; no amor do homem e para o homem; no desprendimento de interesses
particulares para buscar o interesse do povo."
O documento, assinado por dom
José Guadalupe Martín Rábago, bispo de León, e por dom Carlos Aguiar Retes, bispo
de Texcoco, presidente e secretário respectivamente da Conferência Episcopal, faz
um chamado a manter viva e ativa a esperança, comprometer-se na construção da paz,
da reconciliação e do bem comum, com a participação de todos.
"Em um problema
social como o que sofremos, ninguém tem todas as respostas nem a solução absoluta;
é imprescindível _ consideram _ que haja uma madura reconciliação em todos os níveis,
que propicie o reconhecimento dos direitos e deveres de cada cidadão, que motive a
pronta solução dos conflitos que por anos se viram e sentiram em Oaxaca."
Os
prelados pedem respeitosamente ao governo que supere toda tentação de vingança, que
atue com plena imparcialidade, que impulsione as reformas que o povo necessita, restabelecendo
a ansiada governabilidade e a vigência do estado de direito.(CM)