CARDEAL RUINI SINTETIZA COMPROMISSOS ASSUMIDOS PELA IGREJA ITALIANA
Verona, 20 out (RV) – Concluiu-se nesta sexta-feira, em Verona, o IV Congresso
Nacional Eclesial, que durou cinco dias. Os 2.700 delegados, que na quinta-feira receberam
a visita de encorajamento e orientação de Bento XVI, fizeram uma avaliação sobre o
caminho da Igreja na Itália nestes dez anos e traçaram os novos desafios para os próximos
dez anos. Os trabalhos se fecharam com a apresentação das conclusões pelo presidente
da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Camillo Ruini.
Em seu discurso
conclusivo, o cardeal Camillo Ruini evidenciou a rápida transformação da sociedade,
bem como a renovação da realidade eclesial. Em seguida, ressaltou a necessidade da
pastoral diária que ajude os fiéis a não sofrerem passivamente estas transformações,
interpretando-as à luz do Evangelho.
Percorrendo os dez anos transcorridos
desde o último congresso (Palermo, 1995), o presidente da CEI apontou as novas dificuldades
como o incremento do terrorismo internacional de matriz islâmica. "O próprio despertar
do Islã _ disse ele _ se verifica acompanhado de outros importantes fatos, que estão
em curso e que apresentam como protagonistas grandes nações e civilizações, como a
China e Índia, configurando um cenário mundial bastante diferente daquele que se apoiava
unicamente no Ocidente."
A seguir, o cardeal Ruini falou das dramáticas situações
de pobreza e subdesenvolvimento em numerosos países, sobretudo os da África. Daí,
o papel dos cristãos chamados a construir uma sociedade de paz, caridade e presença
de Deus, conscientes do seguimento de Cristo e da realidade histórica de sua Ressurreição.
Mencionando
a questão "antropológica", o cardeal Ruini recordou aquelas situações em que os fiéis
são chamados a afirmar a verdade de Cristo ressuscitado, como a defesa da vida desde
a concepção e a tutela da família. Em seguida, pediu que sejam contrastadas outras
formas de união que podem desestabilizá-la, e reiterou a grandeza do compromisso dos
leigos na Igreja.
O presidente da CEI ressaltou ainda a importância da ação
missionária "ativa e concreta" para construir a esperança no mundo. Essa ação deve
ser capaz de envolver os leigos e paróquias numa pastoral de conjunto.
A santidade
como vocação ordinária para o cristão foi também evocada pelo cardeal Ruini, bem como
as dificuldades apresentadas pelo ambiente social e cultural para a realização dessa
dimensão da vida. Sente-se, portanto, a necessidade da formação permanente voltada
de modo particular para os jovens.
Fazendo memória do recente discurso proferido
pelo papa na Universidade de Regensburgo, na Alemanha, o cardeal evidenciou a ligação
constitutiva entre fé cristã e razão, entre verdade e liberdade. Diante disso, os
cristãos devem manter um respeito cordial pelas outras religiões, sem por isso renunciar
aos conteúdos da própria fé.
Por fim, o presidente da CEI reafirmou a centralidade
de Cristo portador de esperança para o mundo, e o renovado impulso missionário deste
IV Congresso Eclesial da Igreja na Itália. (RL)