PRIMEIRO MINISTRO TIMORENSE QUER CONVIDAR PAPA A VISITAR O PAÍS
Dili, 23 out (RV) - Ao deixar esta manhã o aeroporto de Dili, de partida para
Roma, o primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos Horta, disse que vai convidar
o papa Bento XVI a visitar seu país, acreditando que a presença do pontífice possa
ajudar a aliviar a tensão acumulada em meses de violência e instabilidade política.
"Espero
abordar muitos assuntos com o papa... inclusive os caminhos para ajudar o pobre povo
timorense" – disse o premier aos jornalistas. O vencedor do prêmio Nobel da Paz (1996)
disse que entregará ao papa uma carta do presidente Xanana Gusmão, contendo o convite
para visitar o Timor-Leste.
Recordamos que o país, ex-colônia portuguesa,
tem população majoritariamente católica, e em maio passado, foi palco de uma rebelião
de tropas militares que desceram às ruas e provocaram desordens. Pelo menos 33 pessoas
morreram e 150 mil fugiram de suas casas. Somente com a chegada de tropas internacionais
e instalação de um novo governo, a situação retornou à normalidade, embora se verifiquem
ainda isolados episódios de violência.
Timor-Leste foi uma colônia portuguesa
até 1975, quando foi invadido pela Indonésia. Permaneceu oficialmente como território
português a ser descolonizado até 1999. Foi considerado pela Indonésia como a sua
27ª província, com o nome de "Timor Timur". 80% do povo timorense optou pela independência
em referendo organizado pela Organização das Nações Unidas, em 1999, seguido por violências
que deixaram mais de 1500 mortos. (CM)