FIM DO RAMADÃ: CRISTÃOS E MUÇULMANOS DEVEM SE RESPAR E ATUAR JUNTOS
Cidade do Vaticano, 20 out (RV) - Os graves e complexos problemas da nossa
época colocam em jogo a credibilidade das religiões: foi o que afirmou o presidente
do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, cardeal Paul Poupard, na mensagem
dirigida a todos os muçulmanos do mundo por ocasião do fim do Ramadã, o mês de jejum
e da purificação espiritual. Pela primeira vez esta mensagem foi apresentada na Sala
de Imprensa da Santa Sé.
No encontro dos jornalistas, esta manhã, estiveram
presentes, além do cardeal Poupard, também o secretário do referido Pontifício Conselho,
o arcebispo Pier Lugi Celata, e o chefe do setor para as relações com o Islã, Mons.
Khaled Akashed, e o sub-secretário, Mons. Felix Anthony Machado. Na oportunidade foi
também ilustrada a nova edição do volume que reúne o diálogo inter-religioso no ensinamento
oficial da Igreja católica do Concílio Vaticano II a João Paulo II, de 1963 a 2005.
"Paz,
tranqüilidade e alegria" nos corações, nas casas e nos países foram os votos do cardeal
Poupard aos muçulmanos, fazendo eco dos votos já dirigidos por Bento XVI no início
do Ramadã, e ressaltando que o autêntico diálogo, "por vezes árduo", se torna "mais
do que nunca necessário" à luz das "circunstâncias particulares" afrontadas juntas.
A
mensagem, sobretudo, é de amizade, como ressaltou o próprio purpurado na apresentação
da mesma. O texto fala de um "confiante diálogo", de "valores comuns" e da necessidade
de "afrontar juntos os desafios do mundo".
É preciso "coragem e determinação".
"Onde podemos atuar juntos _ lê-se na Mensagem _, não trabalhemos separados".
Diante
de atitudes presentes, sobretudo nas sociedades ocidentais, de indiferença, desconsideração,
crítica e por vezes exclusão da dimensão religiosa, se mostra particularmente significativo
esse convite à colaboração, ressaltou o arcebispo Celata.
"De fato, a mensagem
ressalta _ observou ele _ que o mundo precisa de cristãos e muçulmanos que se respeitem,
se estimem e dêem o testemunho de amar-se e de atuar juntos para a glória de Deus
e para o bem de todos os homens." (RL)