CMI PEDE A IGREJAS E ONGS REFLEXÃO ÉTICO-TEOLÓGICA SOBRE HIV E AIDS
Genebra, 21 out (RV) - O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) pede às Igrejas
e organizações para promover e compartilhar uma reflexão teológica e ética mais profunda
sobre o HIV e a Aids. Também renova seu apelo às igrejas e cristãos para que fomentem
a intervenção e participação mais intensa e significativa das pessoas que convivem
com o HIV e com a Aids; promovam e adotem políticas de inclusão nos lugares de trabalho
e métodos inovadores e sustentáveis de trabalho com redes de pessoas soropositivas.
As demandas fazem parte da mais recente declaração final do encontro ocorrido no mês
passado, na Suíça.
A declaração sobre o tema foi baseada nas cifras alarmantes
sobre a epidemia da Aids, que causa 8.000 mortes a cada dia, deixa órfãs 13 milhões
de crianças e expõe a perigosa situação dos sistemas de saúde de muitos países.
Desde
a primeira aparição da epidemia, há 25 anos, o vírus infectou cerca de 65 milhões
de pessoas, das quais 25 milhões já morreram. Só em 2005, calcula-se que foram infectadas
com o HIV 4,1 milhões de pessoas e que 2,8 milhões morreram em conseqüência de enfermidades
relacionadas à Aids. Atualmente, as mulheres e os jovens são os mais ameaçados e nos
quais a infecção se propaga com mais rapidez.
De acordo com o documento, a
participação dos dirigentes das Igrejas deve ser mais incisiva. E afirma: os dirigentes
religiosos devem começar a examinar seus próprios comportamentos, atitudes e ações,
que possam ser cúmplices na marginalização e estigmas das pessoas que convivem com
o HIV e a Aids, ao invés de acolher plenamente essas pessoas e todas as que sofrem
as conseqüências.
Segundo o Conselho, se não se intensificarem urgentemente
as respostas à Aids, não serão alcançados nem o objetivo de 2010, da Declaração de
Compromisso, nem o sexto dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, relativos à
redução da pobreza, a fome e a mortalidade infantil.
Diante de 40 milhões de
pessoas que não têm acesso ao tratamento anti-retroviral, as Igrejas pedem aos governos
do G-8 que cumpram suas promessas de financiamento e ação para conseguir o acesso
universal ao tratamento, cuidado e apoio para 2010; e ao setor privado, especialmente,
às empresas farmacêuticas, que invistam nas pesquisas e desenvolvimento necessários
para responder ao HIV, e para assegurar que os medicamentos destinados ao tratamento
estejam à disposição a baixo custo nos países mais pobres. (CM)