2006-10-18 14:38:52

A traição de Judas diz-nos que Jesus respeita a nossa liberdade, salientou Bento XVI na audiência geral desta Quarta Feira.O Papa manifestou sentimentos de afecto e conforto assegurando uma oração especial pelas vitimas do acidente ocorrido numa estação do Metro de Roma.


“A traição de Judas permanece um mistério, mas embora evidenciando que as possibilidades de perversão do coração humano são verdadeiramente muitas, diz-nos que Jesus respeita a nossa liberdade, e espera a nossa disponibilidade ao arrependimento e á conversão, é rico de misericórdia e de perdão”.
À figura do Apostolo autor da traição que abriu o caminho á crucifixão de Cristo Bento XVI dedicou esta quarta feira a catequese da audiência geral na Praça de São Pedro, interrogando-se sobre os motivos e sobre os ensinamentos das vicissitudes ligadas a Judas Iscariotes.
Porque é que ele atraiçoou Jesus? perguntou o Papa enumerando as várias hipóteses .Alguns referem-se á cupidez do dinheiro. Outros sustentam uma explicação de ordem messiânica: Judas teria sofrido uma desilusão vendo que Jesus não inseria no seu programa a libertação politico - militar do próprio país. O Evangelista João diz expressamente que o diabo entrara em Judas para ele atraiçoar Jesus; e o mesmo escreve Lucas. Desta maneira vai -se muito além das motivações históricas e explica-se esta vicissitude com base na responsabilidade pessoal de Judas, o qual cedeu miseravelmente a uma tentação do maligno.
A proposito do mistério ligado á traição de Judas, não obstante a confiança que Cristo depositara nele, Bento XVI explicou que Jesus tratou-o como amigo, porém nos seus convites a segui-lo no caminho das bem-aventuranças não forçava a vontade nem o premunia das tentaçõs de Satanás, respeitando a liberdade humana. Efectivamente- acrescentou – as possibilidades de conversão do coração humano são verdadeiramente muitas. A única maneira de lhes obviar consiste em não cultivar uma visão das coisas apenas individualista, autónoma, mas pelo contrário, colocar-se sempre e de novo da parte de Jesus, assumindo o seu ponto de vista.
Além disso o arrependimento de Judas, que degenerou no desespero e na autodestruição, é para nós um convite a não desesperar nunca da misericórdia divina.
A conclusão do Papa é que “quando pensamos no papel negativo desempenhado por Judas na história de Jesus, devemos inseri-lo na condução superior dos acontecimentos da parte de Deus. A sua traição levou á morte de Jesus mas Jesus transformou este tremendo suplicio em espaço de amor salvifico, em entrega de si mesmo ao Pai. No seu misterioso projecto de salvação – observou ainda o Papa – Deus assume o gesto indesculpável de Judas como ocasião de dom total do Filho para a redenção do mundo.
Um ensinamento ulterior vem depois da figura de São Matias, chamado pela sua fidelidade a fazer parte dos doze, depois da morte de Judas, quase a compensar a sua traição.
Embora na Igreja – salientou Bento XVI a concluir - não faltem os cristãos traidores indignos, toca a cada um de nós, contrabalançar o mal por eles cometido, com o nosso testemunho límpido de Jesus Cristo.
Escutemos agora a saudação do Papa em língua portuguesa: RealAudioMP3
Saúdo o grupo de visitantes do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa, a quem agradeço a presença e quanto a mesma significa de confissão de fé e amor a Jesus Cristo vivo na sua Igreja. Que Deus vos guarde e abençoe!
No final da audiencia Bento XVI manifestou os seus sentimentos de profundo sofrimento, e de conforto e afecto, assegurando uma oração especial, pelas vitimas do acidente ocorrido nesta terça feira numa estação do metro de Roma.
Tinha 30 anos e era italiana a única vítima mortal da colisão frontal de duas composições do Metro de Roma, que ocorreu ontem de manhã perto da estação Piazza Vittorio. Do desastre resultaram, ainda, mais de 100 feridos, seis dos quais estão em estado grave. As autoridades judiciais romanas já abriram um inquérito contra desconhecidos por "homicídio involuntário e ofensas corporais graves". Sabe-se - através dos bombeiros e de testemunhos de passageiros - que uma composição em andamento chocou de frente contra uma outra que se encontrava parada, aparentemente por falha mecânica.








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