2006-10-05 19:11:31

IGREJA BLOQUEIA LEI DO DIVÓRCIO NAS FILIPINAS


Manila, 04 out (RV) - A Igreja Católica nas Filipinas conseguiu impedir a legalização do divórcio no país. O projeto de lei, apresentado ao Congresso em novembro de 2005, pelo grupo feminista "Gabriela", foi classificado como um "atentado à família e a seu papel como célula-base da sociedade filipina".

A parlamentar Liza Maza, do partido de esquerda "Bayan Muna" (Povo primeiro), atribui a dificuldade em aprovar leis sobre o divórcio à pressão da religião. "Se hoje não existe divórcio nas Filipinas, é por causa da influência da Igreja" _ alegou.

Liza Maza afirmou que os legisladores filipinos temem desafiar as ordens da Igreja e são cúmplices do veto. "Os legisladores sucumbem à pressão, porque têm a falsa percepção de que, caso defendam a lei de divórcio, o povo não votará mais neles." A parlamentar destacou que a atitude da Igreja é um desrespeito ao princípio de separação entre Igreja e Estado, nas Filipinas.

O partido Bayan Muna é minoria no Congresso. Das 234 cadeiras, apenas cinco são ocupadas por deputados desse partido.

A maior parte dos congressistas apóia a Presidente Gloria Macapagal Arroyo, católica fervorosa e contrária ao divórcio e às políticas de contracepção artificial.

A Igreja teria enviado cartas dissuasivas a parlamentares em princípio favoráveis à legalização do divórcio. Assim, o projeto foi barrado antes de ser encaminhado ao Senado. Nas Filipinas, as alternativas ao divórcio são a separação de fato e a anulação, ambas autorizadas pela Igreja.

Um dos principais opositores da legalização do divórcio, o arcebispo de Lingayen-Dagupan, Dom Oscar Cruz, reconheceu o poder da religião sobre a questão. "É verdadeiramente difícil ir contra a Igreja" _ lembrou Dom Cruz, comentando a precedente tentativa de aprovação do divórcio nas Filipinas, apresentada pelo congressista Manuel Ortega, em 2001. (MZ)







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