Buenos Aires, 04 out (RV) - Nova tempestade nas relações entre governo e Igreja,
na Argentina. O porta-voz do Arcebispado de Buenos Aires, Guillermo Marcó, declarou
que "se um presidente fomenta a divisão, torna-se perigoso para todos" e convidou
a "deixar de lado o ódio".
Para o governo argentino, a resposta veio do ministro
do Interior, Aníbal Fernandez, para quem a declaração de Marcó é "um absurdo": seria
necessário que "se fizesse autocrítica _ argumentou o ministro _ antes de acusar desse
modo". Para Aníbal Fernandez, trata-se de afirmações muito graves: "Eu creio _ explicou
_ que um porta-voz que diz que o presidente da Argentina está fomentando a divisão
e alimentando ódios, está afirmando coisas graves e deverá ser chamado a dar explicações."
A
disputa se acirra, no final de uma semana difícil nas relações entre o governo e Igreja,
após Kirchner ter acusado os católicos de não terem combatido a ditadura.
Em
sua homilia do último domingo, o cardeal-arcebispo de Buenos Aires, Mario Jorge Bergoglio,
fizera um apelo em favor da unidade nacional, convidando a "recuperar a memória de
como se vive como irmãos" e a "deixar de lado a inveja e a discórdia". (MZ)