SINAIS DE VIOLÊNCIA NOS CORPOS DOS TRÊS CATÓLICOS FUZILADOS NA INDONÉSIA
Jacarta, 27 set (RV) - Os corpos dos três indonésios católicos fuzilados em
Palu, no último dia 22, como responsáveis pelos conflitos inter-religiosos ocorridos
em 2000, em Poso, ainda não encontraram descanso. Os familiares e os seus advogados
pediram uma segunda autópsia, para verificar se Fabianus Tibo, Dominggus da Silva
e Marinus Riwu foram vítimas de "violências" perpetradas pelo pelotão de fuzilamento,
momentos antes ou imediatamente depois da execução capital.
A polícia e autoridades
judiciais negam que tenha havido qualquer tipo de abuso.
Os advogados do grupo
Padma, que defenderam os interesses dos três condenados, denunciam a presença de ferimentos
nos cadáveres, não provenientes do fuzilamento: Tibo teria duas costelas quebradas,
enquanto da Silva teve o coração perfurado por um objeto ainda não identificado. Os
três, no entanto, têm sinais de cinco disparos no peito, ao invés de apenas um.
As
famílias pediram ao procurador-geral e à polícia que seja feita uma nova autópsia.
Por isso será necessário fazer a exumação dos corpos de Tibo e Riwu, sepultados respectivamente
em Beteleme e Morowali, nas ilhas Célebes, e também do corpo de da Silva, que repousa
na ilha de Flores.
Este último, sepultado pelas autoridades nas proximidades
de Palu, retornou a casa somente dois dias depois da execução, por insistência da
família para que lhe fosse entregue o corpo. Em suas exigências os familiares dos
três estão sendo apoiados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, pela Corte Internacional
de Justiça, e pela União Européia. (MZ)