O mundo de hoje precisa do diálogo entre cristãos e muçulmanos, advertiu Bento XVI
falando aos diplomatas de paises de maioria muçulmana, acreditados junto da Santa
Sé, convidando ao mesmo tempo a lutar contra a violência e a intolerância.
Bento XVI fez votos de que cristãos e muçulmanos possam trabalhar em conjunto para
“evitar qualquer forma de intolerância e opor-se a todas as manifestações de violência”.
O Papa recebeu esta segunda feira em Castel Gandolfo diplomatas de 22 países de maioria
islâmica, convocados após a polémica surgida por causa do discurso papal em Regensburg
que citava o imperador bizantino Manuel II Paleólogo. Neste encontro, Bento XVI
falou da necessidade de “relações inspiradas na confiança” entre todas as partes,
desejando que os laços criados ao longo dos últimos anos não sejam afectados e se
possam desenvolver “num espírito de diálogo sincero e respeitoso, fundado no conhecimento
recíproco”. Num mundo assinalado pelo relativismo e que demasiadas vezes exclui
a transcendência da universalidade da razão temos imperativamente necessidade de um
diálogo autentico entre as religiões e as culturas, capaz de nos ajudar a superar
juntos todas as tensões, no espírito de uma colaboração frutuosa. Prosseguindo
a obra já empreendida pelo meu predecessor o Papa João Paulo II – sublinhou Bento
XVI – faço votos de que as relações confiantes que se desenvolveram entre cristãos
e muçulmanos desde há muitos anos, não só continuem, mas que se desenvolvam num espírito
de diálogo sincero e respeitoso, fundado num conhecimento recíproco cada vez mais
verdadeiro que, com alegria, reconhece os valores religiosos que temos em comum e
que, com lealdade, respeite as diferenças” Autoridades religiosas e responsáveis
políticos são, por isso, desafiados a guiar as pessoas a agir de forma pacífica, reconhecendo
valores religiosos comuns e respeitando as diferenças. Bento XVI fez estas afirmações
depois de ter citado longamente “Nostra Aetate”, a declaração conciliar sobre as relações
com os outros credos religiosos, que defeniu Magna charta para a Igreja Católica do
diálogo interreligioso, e depois de ter citado o próprio discurso ás comunidades islâmicas
de Colónia de Agosto de 2005.