2006-09-25 19:36:38

DOIS DIAS APÓS EXECUÇÃO DE TRÊS CATÓLICOS NA INDONÉSIA, RETORNA A CALMA AO PAÍS


Jacarta, 23 set (RV) - A situação na Indonésia está sob controle, segundo afirmou o ministro dos Serviços de Segurança, Widodo Adisutjipto. Ontem, as cidades de Atambua e Belu, província de Est Nusa Tenggara (NTT), foram cenário de violentos protestos, como reação ao fuzilamento, anteontem, dos três católicos: Fabianus Tibo, Marinus Riwu e Dominggus da Silva.

Os três camponeses foram acusados de responsabilidade no massacre de duas centenas de muçulmanos, ocorrido há seis anos, mas sempre negaram as acusações que lhes eram imputadas. A localidade de Poso, na parte central das ilhas Sulawesi (Célebes), foi palco, de 1998 a 2001, de sangrentos conflitos entre cristãos e muçulmanos: mais de duas mil pessoas perderam a vida.

Ontem, em Atambua, cidade de maioria católica, centenas de pessoas foram às ruas e invadiram uma penitenciária local, libertando cerca de 200 presos, dos quais apenas 20 foram recapturados.

Para acalmar os ânimos, foi necessária a intervenção do bispo de Atambua, Dom Anton Pain Ratu, e do bispo de Manado, Dom Joseph Theodorus Suwatan. Em pronunciamento, os prelados pediram aos fiéis que se tranqüilizassem e que fosse retomada a ordem pública. O filho mais velho de Tibo, Robert, também se manifestou pedindo calma: "Meu pai, antes de morrer, pediu para que não se vingasse sua morte e disse que devemos perdoar!"

Várias organizações religiosas, grupos de defesa dos direitos humanos e expoentes políticos denunciaram que "Tibo e seus companheiros" foram vítimas de um processo injusto. Questionaram, também, o poder Judiciário indonésio, argumentando que nunca foram apresentadas provas contundentes de que os três condenados fossem os autores intelectuais do massacre.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, disse que a execução dos três católicos, nessa quinta-feira, na Indonésia, é "uma notícia triste e dolorosa". "Cada vez que se aplica a pena de morte, é uma derrota para a humanidade." Pe. Lombardi lamentou os infrutíferos esforços de Bento XVI e de diversas organizações mundiais, que intercederam em favor dos três católicos executados, na tentativa de salvar-lhes a vida.

A presidência da União Européia divulgou uma nota lamentando as execuções, "apesar das várias manifestações de preocupação da UE às autoridades indonésias". O texto lembra que a UE considera a pena de morte "uma punição cruel e desumana". (RO)







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