2006-09-23 18:53:13

REAÇÕES À EXECUÇÃO DOS TRÊS CATÓLICOS NA INDONÉSIA


Jacarta, 22 set (RV) - Depois do fuzilamento dos três católicos condenados à morte em agosto passado, na Indonésia, centenas de pessoas saíram às ruas, em sinal de protesto, acentuando ainda mais, a já marcante divisão religiosa existente nas ilhas Sulawesi (Célebes). Líderes comunitários locais acreditam que as execuções poderão reacender a violência religiosa na região. Multidões saquearam lojas e atearam fogo a carros e a prédios do governo.

Em Palu, onde foram realizadas as execuções, não houve confrontos. Os cristãos se reuniram nas igrejas, para rezar pelos três executados, que sempre alegaram total inocência.

Os ataques de 2000, pelos quais os três católicos foram executados, foram parte de uma onda de violência que deixou mais de mil mortos, de 1999 a 2001. O estopim da eclosão dos confrontos foi uma briga entre grupos cristãos e muçulmanos, em 1998.

Defensores dos militantes cristãos e grupos de direitos humanos questionaram a imparcialidade do julgamento. Até agora, nenhum muçulmano foi condenado à morte por participar dos confrontos em Sulawesi.

Três militantes muçulmanos estão no corredor da morte, à espera de execução, por terem participado dos atentados a bomba, em Bali, em 2002, que mataram mais de 200 pessoas.

A presidência rotativa da União Européia, atualmente em mãos da Finlândia, expressou indignação em relação à execução, e exortou Jacarta a aplicar uma moratória da pena de morte.

A Santa Sé também manifestou seu pesar: "Uma notícia triste dolorosa. Toda vez que uma pena de morte é executada, é uma derrota para toda a humanidade" _ disse Pe. Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa. Ele se manifestou também desolado com o fato de o apelo do Papa assim como os esforços de tantas organizações, como a comunidade romana de Santo Egídio, terem caído no vazio.

A organização de defesa dos direitos humanos, Anistia Internacional, também expressou indignação pela execução. (CM)







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