Santa Sé explica palavras de Bento XVI : Papa quer favorecer o diálogo e condenar
a violência em nome da religião
O observador permanente da Santa Sé junto dos serviços especializados da ONU em Genebra,
Arcebispo Silvano Tomasi, pediu que o discurso de Bento XVI em Regensburg seja “colocado
na perspectiva correcta, num espírito de paz e diálogo construtivo”. Segundo este
responsável, no centro do discurso do Papa estava “um renovado compromisso no diálogo
entre as religiões e a recusa da violência, que todos os crentes, incluindo os cristãos,
devem assumir”. Falando na segunda reunião do novo Conselho para os Direitos Humanos
das Nações Unidas, D. Tomasi frisou que Bento XVI pretendeu “alargar o horizonte da
razão, para que inclua a dimensão da religião e, a partir daí, iniciar um diálogo
universal baseado na razão”. Esta intervenção, acrescentou, “foi feita tendo em
vista a defesa do valor de humanidade das culturas religiosas, inclusive o Islão”.
Sobre a já célebre citação do imperador bizantino Manuel II Paleólogo, o observador
da Santa Sé indicou que o propósito era “sublinhar que a violência é sempre irracional”
e “incompatível com a natureza de Deus”, o que vale “para todos os crentes, cristãos
e muçulmanos”. Aos presentes, D. Tomasi repetiu que a citação a respeito do Islão
não retrata a posição do Papa e pediu que o texto seja lido “na sua totalidade”. O
caminho a percorrer, frisou, exige “um maior conhecimento dos outros fiéis e culturas”,
trabalhando para “um genuíno diálogo e futuro de paz”.