2006-09-20 19:08:34

ARCEBISPO TOMASI: "DISCURSO DO PAPA EM REGENSBURG DEVE SER LIDO NA JUSTA PERSPECTIVA"


Castel Gandolfo, 19 set (RV) - No centro do discurso de Bento XVI na Universidade de Regensburg, Alemanha, na última terça-feira, dia 12, se encontra um renovado compromisso ao diálogo entre as religiões e a rejeição da violência: uma rejeição que todos os fiéis, inclusive os cristãos, devem assumir.

Foi o que ressaltou o observador permanente da Santa Sé junto aos organismos da ONU em Genebra, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, por ocasião de seu pronunciamento na segunda sessão do Conselho de Direitos Humanos. Um pronunciamento inteiramente dedicado à lectio magistralis de Bento XVI em Regensburg, sobre fé e razão.

O discurso de Bento XVI em Regensburg deve ser "colocado na justa perspectiva, num espírito de pacífico e construtivo diálogo" _ foi a evocação de Dom Tomasi, que quis reiterar o verdadeiro significado do discurso do Papa na Universidade alemã.

"Reconhecendo os aspectos positivos da modernidade" _ afirmou o prelado _ o Papa quer "ampliar o horizonte da razão, a fim de que ele inclua a dimensão da religião, e a partir daí, iniciar um diálogo baseado na razão." Fazendo isso _ disse o Arcebispo _ "em vista da defesa do valor das culturas religiosas da humanidade, inclusive o Islã".

A propósito da citação do Santo Padre sobre o imperador bizantino, Manuel II Paleólogo, Dom Tomasi reiterou que o propósito do Papa era o de ressaltar que "a violência é sempre irracional" e "incompatível com a natureza de Deus". E isso vale para "todos os fiéis, inclusive cristãos e muçulmanos".

É surpreendente _ constatou o arcebispo _ "que as manifestações tenham sido iniciadas até mesmo antes que o discurso fosse traduzido numa língua compreensível às pessoas que se manifestavam". Manifestações que se baseavam "somente nas manchetes distorcidas" que apareceram nos meios de comunicação, e que devem, por isso, "assumir sua responsabilidade". O caminho a ser percorrido _ foi a exortação do prelado _ requer maior "conhecimento dos outros credos e culturas". Assim sendo, ele convidou os homens de boa vontade a trabalharem "por um genuíno diálogo e um futuro de paz". (RL)







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