Basra, 19 set (RV) - "Conquistaremos Roma como conquistamos Constantinopla.
Esta é uma advertência ao adorador da cruz: aguarde a derrota. Levaremos adiante a
nossa Jihad (guerra santa, n.d.r.) enquanto a bandeira do Deus único e verdadeiro
não tremular em todo o mundo. Não deixaremos outra escolha senão converter-se ao Islã
ou morrer": com essas palavras, um grupo ligado a Al Qaeda ameaçou a Itália e o Vaticano.
As
ameaças se unem aos vários protestos públicos, inclusive em Basra, no Iraque, onde
foi queimado um boneco imitando o Papa, e chegam como resposta ao recente discurso
de Bento XVI em Regensburg.
Ontem, o jornal "L'Osservatore Romano" publicou,
em árabe, francês e inglês, o esclarecimento do Papa feito domingo passado na oração
do Angelus, em Castel Gandolfo. Bento XVI se disse "profundamente amargurado" por
ter sido mal interpretado em suas palavras referentes ao Islã, e prometeu retomar
o assunto na catequese de amanhã, na Audiência Geral.
O esclarecimento de domingo
não foi suficiente para o Conselho da Shura Mujaheddin, o grupo ligado a Al Qaeda,
que colocou suas ameaças num site. "Deus nos dará a capacidade de cortar a sua garganta"
_ afirma o comunicado.
Outro grupo militante _ Ansar al-Sunnah _ declarou:
"Conhecereis apenas a nossa espada, enquanto não decidirdes voltar para o Islã." E
o canal de TV árabe, "Al Jazeera", colocou em seu site um desenho animado, no qual
o Papa Ratzinger dispara contra as pombas da paz e do diálogo que o Papa Wojtyla (representado
com a mão na cabeça) havia libertado.
Ontem, a União Européia defendeu o Pontífice,
falando de "reações desproporcionais e inaceitáveis". (MZ)