2006-09-18 19:03:56

PAPA SE DIZ PROFUNDAMENTE AMARGURADO PELO FATO DE SUAS PALAVRAS TEREM FERIDO A SENSIBILIDADE DOS MUÇULMANOS


Castel Gandolfo, 17 set (RV) - Bento XVI declarou, neste domingo, que está profundamente sentido com a onda de indignação provocada por suas palavras sobre o Islã. Palavras que, segundo o Pontífice, não expressavam seu pensamento pessoal.

A afirmação do Santo Padre foi feita durante a alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, neste domingo, em Castel Gandolfo.

"Sinto-me profundamente amargurado pelas reações causadas por um breve trecho de meu discurso, considerado ofensivo para a sensibilidade dos fiéis muçulmanos, quando se tratava da citação de um texto medieval que não expressa de maneira alguma meu pensamento pessoal" _ disse o Papa.

"Espero que a declaração de sábado, de meu secretário de Estado, contribua para apaziguar os ânimos e esclarecer o verdadeiro sentido de meu discurso, que era um convite ao diálogo franco e sincero com um grande respeito recíproco" _ acrescentou Bento XVI.

No sábado, de fato, o novo cardeal-secretário de Estado, Tarcisio Bertone, divulgou um comunicado no qual afirma que o Papa lamentava profundamente que suas palavras sobre o Islã e a jihad (guerra santa), durante sua viagem à Alemanha, "tenham sido interpretadas de uma maneira que não correspondia a suas intenções".

Bento XVI, que foi longamente aplaudido pela multidão, abriu a celebração do Angelus com a leitura de sua declaração, na qual citava a viagem à Alemanha, sua terra natal, qualificada como uma forte experiência espiritual, repleta de "recordações pessoais". O Pontífice também anunciou que comentará, de maneira mais ampla, sua viagem apostólica à Baviera, na Audiência Geral da próxima quarta-feira, no Vaticano.

Antes de rezar a oração mariana do Angelus, o Papa quis recordar duas importantes e recentes datas litúrgicas: a festa da Exaltação da Santa Cruz, no dia 14, e a memória de Nossa Senhora das Dores, no dia 15. Essas duas celebrações podem ser resumidas simbolicamente na imagem da Crucifixão, que representava Maria aos pés da Cruz.

"Qual é o sentido de exaltar a cruz? Não é escandaloso venerar um patíbulo? _ perguntou o Papa", respondendo que "os cristãos não exaltam uma cruz qualquer, mas sim a Cruz que Jesus santificou com seu sacrifício, fruto e testemunho de amor imenso. Na Cruz, Cristo derramou todo o seu sangue, para libertar a humanidade da escravidão do pecado e da morte. Por isso, a Cruz passou a ser um sinal de bênção, o símbolo do amor que vence o ódio e a violência, e gera a vida imortal." (CM)







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