Director da Sala de Imprensa da Santa Sé nega referência do Papa ao Islão na Homilia
na Catedral de Munique
O director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, negou que o Papa
tenha dirigido ontem qualquer tipo de referência ao Islão, na sua Homilia deste Domingo
em Munique. Muitos meios de comunicação social sintetizaram a homilia , na Catedral
de Munique, com o título “O Ocidente assusta o Islão”. Para o Pe. Lombardi, a intervenção
do Papa tinha “um carácter muito mais amplo”, olhando para a humanidade no seu conjunto.
Durante essa homilia, Bento XVI sugeriu que o Ocidente poderia aprender lições
de fé observando pessoas que vivem na Ásia e na África. O Papa elogiou os que vivem
nesses continentes por, segundo ele, rejeitarem "o cinismo que considera o desrespeito
ao que é sagrado um exercício de liberdade e que considera o critério de utilidade
o supremo critério moral". "As pessoas na África e na Ásia admiram o nosso progresso
científico e tecnológico, mas ao mesmo tempo estão assustados com uma forma de racionalidade
que exclui totalmente Deus", disse. O director da Sala de Imprensa da Santa Sé
admitiu, em entrevista à emissora pontifícia, que “há muitos povos de religião islâmico
que podem viver estes sentimentos perante o laicismo e a secularização do Ocidente”,
mas assegurou que “seria limitativo e redutor ver um discurso do Papa dirigido exclusivamente
para o Islão”. Segundo o Pe. Lombardi, Bento XVI tem “uma visão universal da situação
espiritual da humanidade, da sua saúde espiritual, daí a sua preocupação”.