2006-09-09 16:00:59

SANTA SÉ CONDENA USO DE BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO


Genebra, 07 set (RV) - Concluiu-se ontem, em Genebra, Suíça, a 15ª reunião de especialistas internacionais sobre a convenção que proíbe ou restringe o uso de certas armas convencionais consideradas excessivamente danosas ou dotadas de "efeitos indiscriminados".
Participou do encontro, o observador permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, Arcebispo Silvano Tomasi.

"Foi um verdadeiro drama humanitário a última guerra no Líbano, na qual foram utilizadas bombas de fragmentação" _ denunciou Dom Tomasi. "As imagens e testemunhos que chegaram até nós são alarmantes" _ acrescentou o arcebispo, referindo-se às estatísticas das Nações Unidas sobre as vítimas libanesas da ofensiva israelense que "mostram a extensão e a gravidade do problema".

"As dezenas de vítimas inocentes e os sofrimentos que acompanham milhares de famílias durante longos anos, são razões suficientes para que se faça alguma coisa" _ advertiu Dom Tomasi.

"Até o momento, não estamos convencidos de que o uso dessas armas possa ser legítimo, como defendem alguns. De qualquer forma, todas as armas foram consideradas legítimas antes de serem proibidas ou regulamentadas. Não foi assim com as armas químicas, biológicas, incendiárias ou a laser? O fato de uma arma ser declarada legítima não que dizer que seja mais aceitável ou mais humana" _ argumentou o arcebispo.

"A Santa Sé _ disse ainda Dom Tomasi _ considera que é necessária uma profunda reflexão sobre a natureza e a utilização dessas armas. As vítimas dos conflitos passados e as vítimas potenciais dos conflitos futuros não podem esperar anos de negociações e de discussões. Por isso, se impõe a necessidade de uma moratória sobre a utilização dessas armas. Esta convenção deveria discutir a adoção de um instrumento eficaz, capaz de erradicar os riscos ligados ao uso desses armamentos. O Direito Humanitário Internacional deveria ser respeitado, se não quisermos que haja um motivo a mais, a perpetuar a pobreza e o subdesenvolvimento que, num certo número de países, são quase que endêmicos." (JK)







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