D. Ximenes Belo pede paciência e compreensão para o povo timorense
Com a actual crise, Timor-Leste “recuou cerca de 20 anos” e “agora temos de reconstruir
tudo novamente” – desabafou à Agência ECCLESIA D. Carlos Ximenes Belo, bispo emérito
de Díli, que recebeu nesta segunda-feira uma homenagem na localidade de Aguada de
Cima, concelho de Águeda, que lhe atribuiu o nome de uma rua. “Não sou digno desta
homenagem” – referiu. E completou: “é mais para o povo de Timor para que as pessoas
desta localidade não se esqueçam deste país neste momentos difíceis”. Perante
as notícias sobre o que está a acontecer naquele país, D. Ximenes Belo acredita que
algumas pessoas “estejam desiludidas com Timor”. Depois de mostrarem a sua solidariedade,
os portugueses devem “ter paciência e perdoar”. E avança: “os países passam por momentos
altos e baixos e este é um momento baixo em Timor” Tendo recebido, há dez anos
(1996) o Prémio Nobel da Paz -juntamente com Ramos Horta - o bispo emérito de Díli,
“não esperava que Timor estivesse nesta situação. O começo de uma independência é
sempre difícil porque estamos a construir um Estado de Direito”. Há uma dinâmica crescimento
e “os políticos estão a aprender” – afirmou. O importante é que haja ordem pública
e que “os refugiados voltem às suas casas e o Governo estabeleça de novo a Polícia
e as Forças Armadas para serem sinais autênticos de Estado de Direito”. E concluiu:
“onde há Petróleo há sempre problemas”