DOM MARCHETTO PEDE NOVA ORDEM MUNDIAL MEDIANTE A "GLOBALIZAÇÃO DA SOLIDARIEDADE"
Cidade do Vaticano, 05 set (RV) - O secretário do Pontifício Conselho da Pastoral
para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, dirigiu um apelo a "todas
as pessoas de boa vontade e, em particular, à comunidade internacional" em favor de
uma nova ordem mundial que "distribua de forma igualitária os bens deste mundo e promova
integralmente as pessoas".
O apelo foi lançado durante a mesa redonda "Globalizar
a solidariedade", por ocasião do Encontro inter-religioso que se realiza em Assis.
Em
seu pronunciamento, Dom Marchetto destacou que "a globalização hoje é mais caracterizada
por fatores econômicos do que guiada por projetos políticos, sociais ou culturais,
onde a dimensão humanística é frequentemente esquecida e mortificada". Este fator
faz aumentar a diferença entre países ricos e pobres e entre ricos e pobres dentro
do mesmo país. Para se contrapor a essa situação de "nova escravidão", se deveria
incrementar a "globalização da solidariedade".
A globalização da solidariedade
consistiria em incrementar todas as iniciativas que tutelam a dignidade de cada pessoa
humana. Iniciativas voltadas para o bem comum universal. Muitas delas estão enumeradas
na Instrução Pastoral do organismo vaticano para os migrantes _ "Erga migrantes caritas
Christi".
Segundo Dom Marchetto, "se no progresso de desenvolvimento mundial
fossem priorizados o bem comum e a solidariedade, o respeito aos outros e à pessoa
humana integralmente considerada, através de instituições democráticas, de participação
e de controle social, então a globalização dos mercados financeiros, o crescimento
industrial e produtivo, a evolução da ciência e da técnica com a utilização da biotecnologia,
e o uso de novas metodologias de informação e comunicação poderiam garantir a toda
a humanidade, oportunidades inéditas de desenvolvimento, na justiça, na liberdade
e em um contexto de paz."
Esse cenário seria possível "se, com a economia,
conseguíssemos globalizar também os deveres da solidariedade e lançar as condições
para uma verdadeira participação e para uma convicta compartilha dos bens e valores,
seja materiais que espirituais". (JK)