As ambições nucleares do Irão: potências tentam prolongar a diplomacia
Responsáveis russos e europeus fizeram ontem declarações que mostram ser pouco provável
a aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU particularmente dura
em relação às ambições nucleares do Irão. Nesta fase, em vez do isolamento, Teerão
ainda pode contar com a diplomacia.
Segundo a Agência Internacional
de Energia Atómica (AIEA), o Irão não cumpriu a resolução 1696 do Conselho de Segurança
da ONU. Num relatório divulgado quinta feira afirma-se que o regime iraniano continua
com as suas actividades de enriquecimento de urânio.
A posição oficial
da Rússia é a de "lamentar" o facto, mas o ministro russo dos Negócios Estrangeiros,
Serguei Lavrov, aproveitou um discurso no início do ano lectivo na Universidade de
Moscovo para dizer "que não é correcto do ponto de vista do direito internacional
e do bom senso isolar certos países". Na sua opinião, será melhor procurar "o diálogo",
em vez da "via do isolamento e das sanções".
Por seu turno, a União
Europeia parece querer evitar atitudes irreflectidas. Em Lappeeranta, na Finlândia,
Javier Solana afirmou que "não era razoável" avançar com sanções contra o Irão "durante
o período das discussões". Mas o Alto Representante da UE para a Política Externa
acrescentou que o Irão não dispõe de um período de tempo indefinido. Solana deverá
encontrar-se com o principal negociador iraniano, Ali Larijani, dentro de dias.
No
fundo, os europeus, estão a testar a possibilidade de iniciarem o que classificam
de "verdadeiras negociações" com os iranianos.
Entretanto, o mercado
do petróleo mantém-se calmo, pois os operadores não acreditam em sanções duras ou
num agravamento súbito da crise nuclear iraniana.