2006-08-30 13:04:24

Novo Secretário de Estado do Vaticano, admite em entrevista a um diário italiano, uma reforma da Cúria Romana para a tornar mais ágil.


O próximo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, admitiu que Bento XVI possa proceder a uma reforma na Cúria Romana, de forma a torná-la mais ágil. Até hoje foram feitas duas reformas da Cúria, uma imediatamente após o Concílio Vaticano II, por Paulo VI, e outra por João Paulo II.

"Depois de quase duas décadas, é compreensível que seja avaliada a organização dos Dicastérios vaticanos para reflectir sobre como tornar as estruturas existentes cada vez mais funcionais", referiu o Cardeal Bertone numa entrevista ao diário Il Giornale, de Milão; admite que é necessário “avaliar se tudo aquilo que existe deve ser mantido”.

A Cúria Romana, na sua actual organização, provém de 1988, a partir da Constituição Apostólica Pastor Bonus, promulgada por João Paulo II. “A Cúria Romana, por meio da qual o Sumo Pontífice costuma dar execução aos assuntos da Igreja universal, e que desempenha o seu múnus em nome e por autoridade do mesmo para o bem e serviço das Igrejas, consta da Secretaria de Estado ou Papal, do Conselho para os negócios públicos da Igreja, das Congregações, dos Tribunais, e de outros organismos, cuja constituição e competência são determinadas por lei peculiar”, refere o Cânone 360 do Código de Direito Canónico.

Até hoje, Bento XVI limitou-se a unir as presidências de alguns Conselhos Pontifícios, evitando grandes mudanças no funcionamento da Cúria. A nomeação de um novo Secretário de Estado - o máximo expoente da actividade diplomática e política da Santa Sé – é mesmo a mudança mais significativa.

Sobre o seu futuro papel, o Cardeal Bertone afirmou que o Secretário de Estado é um “homem fiel ao Papa”, devendo ser “porta-voz das suas mensagens”, e “ajudá-lo a concretizar os seus projectos”.

O Secretário de Estado deve ser “um colaborador que liga e coordena todos os Dicastérios da Cúria romana, que mantém os contactos com todos os representantes da Santa Sé no mundo”. Em síntese, "é um homem de relações, ponte de transmissão da vontade do Papa", disse o Cardeal Bertone.

A duas semanas de tomar posse do novo cargo, o futuro braço direito de Bento XVI confessa que se sente “pequeno” e mostra-se consciente da sua responsabilidade “em relação a toda a Igreja, seguindo não só a vida interna da Cúria, mas também as relações com os Estados e com as organizações internacionais”.








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