2006-08-28 17:10:20

IGREJA MANTÉM DÚVIDAS SOBRE NOVA TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO


Cidade do Vaticano, 26 ago (RV) - Desenvolver células-tronco, sem colocar em risco a vida dos embriões humanos que as forneceram: é o que promete uma das principais empresas de pesquisa genética dos EUA _ a "Advanced Cell Technologies" _ ao descrever, numa recente edição de uma importante revista científica internacional, os resultados de uma série de experiências.

A técnica, todavia, suscita reservas por parte da Igreja, porque não exclui, de modo absoluto, o risco de que os embriões acabem sendo prejudicados ou destruídos.

Uma cânula microscópica penetra a barreira que envolve o embrião e extrai delicadamente, uma por uma, algumas células, sem prejudicar a vida do próprio embrião. As células assim extraídas, cultivadas artificialmente, se tornam depois, capazes de se desenvolver em órgãos ou tecidos do corpo humano.

A técnica e os resultados são apresentados com detalhes, no último número da revista "Nature". Após mais de um ano de experimentação, esse foi o resultado alcançado pela "Advanced Cell Technologies" (ACT), a empresa norte-americana que, em 2001, havia anunciado ao mundo, ter conseguido clonar um embrião humano.

A técnica _ escrevem os pesquisadores norte-americanos _ demonstrou-se segura para a integridade dos embriões, porque, até então "nem a taxa de sobrevivência, nem o sucessivo desenvolvimento e as possibilidade de implante diferem entre embriões humanos intactos, no estado de blastocistos, e os embriões dos quais foram extraídas células para a diagnose genética pré-implante".

Os próprios pesquisadores, porém, convidam à cautela, em relação a um procedimento que ainda não eliminou todas as dúvidas sobre a sua segurança e que _ adverte a Igreja _ mantém inalteradas todas as suas objeções de caráter bioético.

"As experiências anunciadas permanecem sempre no âmbito da procriação in vitro, de embriões in vitro ou para clonagem ou para a fecundação artificial, que já conhecemos em suas diversas técnicas. E isso, do ponto de vista não apenas católico, mas também do ponto de vista das razões bioéticas, é um fator negativo. Se o resultado que se espera _ isto é, reproduzir células e não embriões, ou seja, somente células embrionárias _ é o fruto de uma manipulação, de um processo que, do contrário, daria um embrião, a objeção de caráter ético permanece inalterada, porque esse resultado é obtido não por um processo biologicamente evolutivo, mas por um processo artificialmente produzido" _ foi o comentário do Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia. (RL)







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