Vaticano vai debater investigação em células estaminais
Especialistas internacionais vão debater, de 14 a 16 de Setembro, no Vaticano, diversos
aspectos científicos e problemáticas bioéticas da investigação com células estaminais.
A iniciativa é da Academia Pontifícia para a Vida (APV) e da Federação Internacional
das Associações dos Médicos Católicos (FIAMC). O Congresso Internacional “Células
estaminais: que futuro terapêutico?” decorrerá no Instituto Augustinianum, de Roma.
Do comité científico do Congresso fazem parte, entre outros, Walter Osswald (FIAMC)
e Daniel Serrão (APV), especialistas portugueses. Na mensagem em que apresentam
o Congresso, D. Elio Sgreccia, presidente da APV, e Gian Luigi Gigli, presidente da
FIAMC, indicam que, nos últimos, anos, “as células estaminais receberam uma atenção
cada vez maior dos media, gerando interesse na opinião pública e suscitando um autêntico
entusiasmo no mundo científico”. O texto não esconde as “profunda preocupações éticas”
nascidas neste âmbito, lembrando que “qualquer terapia futura que utilize células
estaminais pressupõe que as linhas celulares sejam obtidas através do sacrifício da
vida de embriões humanos”. Os grandes benefícios que muitos prometem não pode, segundo
estes responsáveis, justificar eticamente “a destruição de embriões humanos vivos”.
A mensagem refere que, ao longo dos últimos tempos, se têm acumulado “evidências científicas”
que demonstram que as células estaminais adultas ou as obtidas no cordão umbilical
“são mais abundantes e mais fáceis de cultivar em laboratório do que se supunha”,
pelo que esta poderá ser uma solução para o futuro, quando se procurar “gerar diferentes
tipos de tecido” ou “diversas aplicações terapêuticas”.