Deslocação de Kofi Annan á Europa e Médio Oriente para consolidar a trégua no Libano.
Apesar da disponibilidade da Itália para comandar a nova Força Interina das Nações
Unidas no Líbano (FINUL), só nesta sexta feira os ministros dos Negócios Estrangeiros
dos 25 estados-membros da União Europeia (UE) deverão concertar interesses e recursos
militares, na reunião extraordinária que está agendada para Bruxelas, com a presença
de Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas.
Depois desta reunião, segundo
foi anunciado por Stéphane Dujarric, porta-voz de Kofi Annan, o secretário-geral da
ONU iniciará uma importante deslocação ao Médio Oriente, visitando nomeadamente o
Líbano e Israel e, possivelmente, o Irão e a Síria.
Kofi Annan tenciona reunir-se
também com responsáveis da Autoridade Palestiniana e pretende, depois, visitar o Qatar,
a Turquia, a Arábia Saudita, o Egipto e a Jordânia, mas - conforme sublinhou Stéphane
Dujarric -, a sequência dos contactos posteriores às visitas ao Líbano e Israel "ainda
está a ser estabelecida, assim como as respectivas datas".
Uma fonte do gabinete
de Javier Solana, alto-representante para a Política Externa da UE, declarou ontem
em Bruxelas que, apesar de a Itália se ter afirmado disponível para assumir o comando
da nova FINUL, "ainda não é altura de decidir sobre essa questão e, de qualquer maneira,
trata-se de uma decisão da competência exclusiva de Kofi Annan".
Preparando
a reunião desta sexta feira, embaixadores e chefes da diplomacia dos 25 estados-membros
da UE analisaram ontem, na capital belga, as respectivas contribuições para a FINUL,
assim como as condições que entendem necessárias para a garantia do êxito da operação.
Definindo a essência do problema que envolve a FINUL, "uma fonte militar altamente
colocada" disse ontem ao jornal francês Le Monde. "É necessária uma cadeia
de comando clara, precisa e bem identificada".
A França, inicialmente
tida como a potencial "coluna vertebral" da FINUL, recusou-se posteriormente a destacar
o reforço de cerca de 3000 militares que prometera, a menos que tivesse garantias
de segurança e regras de compromisso.