Toronto, 18 ago (RV) - "As pessoas de fé não podem eximir-se de sua responsabilidade
frente à AIDS": foi o que afirmou um sacerdote, durante uma assembléia inter-religiosa
realizada paralelamente à Conferência Internacional sobre AIDS, que se conclui hoje,
em Toronto, Canadá.
Numerosas personalidades ligadas às diversas religiões,
em todo o mundo, manifestaram, durante a Conferência Internacional, a necessidade
de uma cooperação conjunta, de todas as entidades, no combate ao HIV e à AIDS.
Em
junho de 2006, na reunião de alto nível, das Nações Unidas, sobre a questão HIV/AIDS,
o Cardeal Javier Lozano Barragán afirmou que "desde o início da pandemia, a Igreja
Católica tem trabalhado no combate à AIDS, em nível médico, social e espiritual".
26,7% dos centros de tratamento do HIV/AIDS, em todo o mundo, são dirigidos pela Igreja
Católica, sendo a Caritas Internationalis um desses exemplos.
O esforço da
Igreja Católica concentra-se na capacitação de profissionais da saúde, prevenção,
cuidado, assistência e acompanhamento, seja dos enfermos seja de seus familiares.
Mark
Hanson, bispo da Igreja Evangélica Luterana, dirigiu-se a um grupo de cristãos, budistas,
hinduístas, judeus e muçulmanos, afirmando que "o HIV e a AIDS são temas sobre os
quais encontramos a união na diversidade". Ele admitiu, todavia, a existência de obstáculos
que dificultam a colaboração: "Nós somos pessoas de fé, cuja identidade foi formada
por convicções e práticas profundas. Isso torna a colaboração difícil, porque temos
tendência a não confiar na fé dos outros" _ declarou, recomendando a prática do diálogo
como antídoto para a desconfiança.
O reitor da Universidade de Chiang Mai Sangha,
Phramaha Boonchuay, afirmou que "como organizações de fé, todos temos o mesmo objetivo".
"A religião budista, cristã, islâmica e outras _ todas têm ensinamentos importantes
sobre o amor, a caridade, a compaixão pela pessoa do outro" _ ressaltou. (JK)