ONU: dificuldades na constituição da FINUL reforçada
Apesar das promessas de alguns países, a ONU não conseguirá destacar para o Sul do
Líbano, nos próximos dez dias, conforme foi anunciado, um contingente de 3500 capacetes
azuis, que seriam a "vanguarda" da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL)
reforçada.
O secretário-geral adjunto da ONU, Mark Malloch Brown, dirigiu ontem
um pedido urgente à Europa, para que "disponibilize tropas para esta primeira vaga".
Sublinhando que as ofertas mais significativas foram apresentadas por Bangladesh,
Indonésia, Malásia e Nepal, o secretário-geral adjunto das Nações Unidas classificou
também como "muito boa" a oferta avançada pela Itália, mas salientou que este país,
à semelhança de outros (da União Europeia), não envia as tropas até obter certezas
sobre a missão da FINUL reforçada.
Recorda-se que esta força - autorizada pela
Resolução 1701 do Conselho de Segurança (redigida pela França e pelos Estados Unidos
da América) - era suposto ter por espinha dorsal a própria França (que detém actualmente
o comando da FINUL) mas, há dois dias, este país passou a sustentar que "a França
não deseja ter nesta força um papel mais importante do que qualquer outro membro da
ONU". Para os especialistas em questões do Médio Oriente, o xadrez está a revelar
-se problemático nesta trégua entre Israel e os combatentes xiitas do Hezbollah libanês.
Para
a ONU, a França é considerada como "país-barómetro", que terá um "efeito de bola de
neve" nas decisões dos outros países. A Bélgica, o Egipto, a Espanha, a Índia, Marrocos,
a Noruega e a Nova Zelândia também já se afirmaram prontos a participar, mas pediram
tempo para analisar as regras e os compromissos da FINUL. A Dinamarca, o Reino Unido
e a Suécia comprometeram-se a disponibilizar navios e aviões. Quanto aos Estados Unidos
da América, propuseram apoio logístico.