2006-08-18 19:10:16

HANS KÜNG ANALISA FREUD E A QUESTÃO DA RELIGIÃO


Genebra, 17 ago (RV) - Hans Küng, teólogo suíço que sofreu a imposição do silêncio obsequioso, durante o pontificado de João Paulo II, lança seu olhar crítico sobre Freud e suas concepções sobre a religião. Lançado pela Verus Editora, o livro "Freud e a questão da religião" propõe um diálogo saudável e necessário entre a psicanálise e a religião.

Cento e cinqüenta anos após seu nascimento, Freud continua alimentando filmes, livros e discussões sobre repressão, inconsciente, convívio social e familiar. O médico, filho de pais judeus, inovou, escolhendo como foco de sua pesquisa uma área, até então, inexplorada da mente humana, o inconsciente.

Muitos foram os campos estudados pelo Dr. Sigmund Freud, sempre tentando entender o inconsciente humano. Mas e a questão da religião? Qual o posicionamento do cientista em relação ao fenômeno que é capaz de mover milhões de pessoas em todo o mundo? Qual a lição de Freud _ um ateu, apesar de ter sido criado dentro das leis judaicas _ a respeito da questão religiosa?

Küng esclarece essas indagações e estabelece um fio condutor de colaboração mútua entre a psicanálise e a religião. No livro, o autor aponta o posicionamento de Freud em relação à religião e também compara as teorias do pai da psicanálise com as de outros teóricos, como Jung e Adler.

O teólogo destrincha os argumentos que Freud utiliza contra a religião, mostrando que eles são teologicamente infundados. Discute, por exemplo, que o ateísmo é uma forma de repressão e a fé em Deus, na qual Freud fora criado e que negava possuir, não havia desaparecido e sim havia sido substituída por outro tipo de fé: a fé na ciência.

Hans Küng, nascido na Suíça em 1928, é sacerdote católico romano desde 1954. Foi professor na Universidade de Tübingen (1960-1996), onde também dirigiu o Instituto de Pesquisa Ecumênica. Desempenhou um papel central na redação do documento final do Concílio Vaticano II (1962-1965), do qual foi consultor teológico. Marcou presença na Igreja, questionando doutrinas tradicionais e a infalibilidade papal.

Proibido, desde 1979, pela Santa Sé, de atuar como teólogo católico, foi alvo de debate internacional. Nunca, porém, deixou de se dedicar à união dos povos, das raças e das religiões.

Atualmente, mantém boas relações com a Igreja, tendo celebrado, em 10 de outubro de 2004, o 50º aniversário de sua ordenação sacerdotal. Hans Küng _ um dos maiores teólogos cristãos do nosso tempo _ é também autor de numerosas obras. (MZ)







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