2006-08-17 18:09:18

NENHUM ACORDO DE PAZ PODERÁ DURAR SE NÃO FOR ACOMPANHADO PELA PAZ NOS CORAÇÕES: DESTACA O ENVIADO DO PAPA AO LÍBANO


Beirute, 15 ago (RV) - A verdadeira paz se constrói com o perdão e a conversão dos corações: foi a exortação do enviado especial de Bento XVI ao Líbano, Cardeal Roger Etchegaray, aos fiéis e a todos os homens de boa vontade, na santa missa que celebrou, esta manhã, no santuário mariano de Harissa, quando reiterou a importância da oração para obter a paz.

"Cristo não somente nos doa a paz; Ele é a nossa paz!" _ disse o Cardeal Etchegaray, sublinhando que a paz e a oração estão interligadas. Rezar _ afirmou _ "é a prova mais segura de que nós assumimos a paz com seriedade".

Vim ao Líbano _ disse o purpurado _ como "mensageiro do Papa", mensageiro de paz. Com esse espírito, acrescentou, "estamos unidos àqueles que se encontram em oração, na cidade de Nazaré". Em Nazaré, de fato, o patriarca latino de Jerusalém, Dom Michel Sabbah, presidiu à santa missa, na Basílica da Natividade, durante a qual implorou, uma vez mais, o dom da paz para o Oriente Médio.

O Cardeal Etchegaray, presidente emérito do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", mencionou o dramático dado da tenra idade das vítimas desta guerra _ 30% são crianças com menos de 12 anos de idade.

Diante do alcance de tal horror, não haverá "nenhum remédio" _ ponderou o cardeal _ enquanto "não atingirmos as raízes do mal", enquanto, "humildemente, cada um não reconhecer que os inimigos não são somente os outros, mas também eles mesmos". O verdadeiro caminho para a paz, mais do que político, é espiritual, constatou o cardeal francês.

Por isso, "nenhuma paz estabelecida por um acordo poderá reger, se não for acompanhada também pela paz dos corações". Mas _ acrescentou _ "somente Deus pode mudar os corações endurecidos", sobretudo numa época em que "a violência se infiltra na vida cotidiana, suscitando aquele medo que transforma o homem numa fera".

Nenhuma religião _ advertiu o Cardeal Etchegaray _ pode pretender "capturar Deus, para colocá-lo da sua parte e contra a outra". Todos os credos são "chamados a recorrer a Deus clemente e misericordioso".

Neste "clima de ódio que respiramos" _ afirmou ainda o enviado especial do Papa ao Líbano, entendemos que "somente o perdão pode conduzir-nos à reconciliação". Somente quando o homem for capaz de perdoar, a terra viverá "numa paz repleta de alegria".

O Cardeal Etchegaray dirigiu sua atenção também ao conflito israelense-palestino: trata-se _ evidenciou _ de "um daqueles dramas que, se não for encontrada rapidamente, uma solução justa, não poupará ninguém, não deixará nenhum Estado inocente ou indene, quanto a seu futuro".

Enquanto não tivermos "verdade e justiça" para ambos os povos, "não teremos paz duradoura no mundo". Sobretudo neste lugar, acrescentou, "viver junto é um desafio e um programa".

O Cardeal Etchegaray rezou também pelas vítimas das outras guerras _ as guerras esquecidas _ e pelo povo iraquiano, tão duramente provado.

Depois recordou que, justamente 21 anos atrás, João Paulo II o enviara ao Líbano, num momento de grande provação para o povo libanês, atormentado por outra terrível guerra. O purpurado fez questão de repetir as mesmas palavras de então: "Líbano, você não morrera. Sob os escombros fumegantes da violência da violência e da vingança, descobrimos que sua alma permanece intacta!" (RL)








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