Representante do Papa junto das Nações Unidas espera cumprimento real da resolução
da ONU para o fim das hostilidades no Médio Oriente
O observador permanente do Vaticano nas junto das Nações Unidas em Genebra, Arcebispo
Silvano Tomasi, afirmou que é necessário conseguir o cumprimento real da resolução
para o fim das hostilidades no Médio Oriente, aprovada pelo Conselho de Segurança
da ONU. "Esperamos que esta decisão das Nações Unidas leve realmente ao fim da
actividade militar", disse. "Claro que é importante que, após tantas dúvidas e
tanta incapacidade de mobilizar uma maioria ou uma unanimidade se chegue finalmente
ao cessar-fogo perante a tragédia no Líbano e no norte de Israel", disse em conversa
com a Rádio Vaticano. As forças israelitas começaram esta segunda-feira a retirar-se
do Líbano, pouco depois de entrar em vigor o acordo de cessar-fogo entre Jerusalém
e Beirute, na sequência da resolução 1701 da ONU. O Arcebispo Tomasi disse que
"é necessário continuar não apenas a insistir através das estruturas da comunidade
internacional para se chegar a uma concretização das decisões aprovadas, mas também
para mudar a mentalidade e encontrar um novo método de enfrentar os problemas". Sobre
os repetidos apelos do Papa Bento XVI em favor paz, este responsável disse que "alguns
países árabes e muçulmanos ficaram impressionados com a decisão e a insistência do
Papa, que quis chamar a atenção da opinião pública sobre esta crise tão grave". No
sul do Líbano, as armas calaram-se às 08h00 (hora do Líbano 4e de Israel). Durante
cinco semanas que os tiroteios e bombardeamentos marcaram o dia-a-dia de libaneses
e israelitas. Morreram, pelo menos, 1254 pessoas, na sua maioria civis. Este cessar-fogo
é o primeiro passo num processo que prevê o envio para o sul do Líbano de uma força
das Nações Unidas constituída por 15 mil elementos, com a missão de garantir a paz
Na passada sexta-feira, durante uma sessão especial do Conselho para os Direitos
Humanos da ONU; o Arcebispo Tomasi lembrou que a violência destas semanas no Líbano
estava a destruir “um modelo promissor de convivência nacional, construído ao longo
dos séculos”. “A Santa Sé está profundamente convencida de que nenhuma solução
justa e duradoura pode ser atingidas pelo recurso ao terrorismo ou ao conflito armado,
pelo que só o diálogo é o caminho para a paz e para a salvaguarda dos Direitos Humanos”,
concluiu.