Roma, 09 ago (RV) - O arcebispo Giulio Einaudi, núncio apostólico em Cuba de
1980 a 1988, disse ao diário chileno "El Mercurio", que "a transição na ilha pode
ocorrer sem violências".
Dom Einaudi explicou que a mudança em Cuba "pode ser
uma transição sem violência, dependendo de como será tratada". "Pessoalmente _ enfatizou
_ creio que pode se dar por causas normais, depois de tantos anos de revolução." Ele
acrescentou que "se a comunidade internacional souber aproximar-se de Cuba mediante
o diálogo, a situação pode evoluir de forma muito positiva".
O ex-núncio em
Cuba também considerou que Raul Castro, a quem Fidel Castro passou o poder provisoriamente,
teria "boa capacidade para conduzir o país a uma evolução pacífica e normal".
Acerca
do comunicado do Episcopado cubano, no qual é rechaçada toda e qualquer intervenção
estrangeira no país, o prelado assinalou que o cardeal-arcebispo de Havana, Jaime
Lucas Ortega y Alamino "é uma pessoa muito prudente e capaz para enfrentar esta transição".
Dom
Einaudi afirma ainda, que, "nós, como Igreja, não nos situamos em alternativas políticas".
"Podemos sim, seguir a evolução dos acontecimentos e também convidar à oração, mas
nada mais. E foi isso que foi feito, quando a Igreja cubana convidou os fiéis a rezarem,
para que o Senhor acompanhe Fidel Castro nestes momentos difíceis, que são duros para
ele, mas também para toda a população cubana" _ acrescentou o arcebispo.
No
final da entrevista ao jornal chileno, Dom Einaudi recordou o tempo em que serviu
como núncio apostólico em Cuba, declarando "ter tido boas relações com o Dr. Felipe
Carneado, então responsável pelo Comitê Central do Partido Comunista para as relações
com a Igreja", com quem, nas reuniões, analisava as questões religiosas. (JK)