BENTO XVI INSISTE: NENHUM HOMEM DE BOA VONTADE ESTÁ ISENTO DO COMPROMISSO COM A PAZ

Castel Gandolfo, 06 ago (RV) - Bento XVI assomou, ao meio-dia de hoje, à varanda que dá para o pátio interno da residência pontifícia de verão, de Castel Gandolfo, para rezar a habitual oração mariana do Angelus, com os peregrinos e fiéis provenientes de diversas partes do mundo.

Neste segundo domingo de sua permanência em Castel Gandolfo, o Papa falou _ na alocução que precedeu a oração mariana _ sobre a Transfiguração do Senhor, que a liturgia celebra neste primeiro domingo de agosto.

Jesus, narra o evangelista São Marcos, levou consigo Pedro, Tiago e João ao cume de uma montanha e se transfigurou diante deles, como uma antecipação do mistério pascal.

"A Transfiguração _ disse Bento XVI _ nos convida a abrir os olhos do coração diante da luz de Deus, presente em toda a história da salvação. A luz é um sinal que revela algo de Deus: é o reflexo que acompanha a glória das suas manifestações. A luz envolve Deus e descreve a sua essência própria. Cristo é a plena manifestação do Pai. Sua ressurreição dissipou, para sempre, as trevas do mal."

Com Cristo ressuscitado _ explicou o Papa _ triunfam a verdade e o amor sobre a mentira e sobre o pecado. Em Cristo, Deus ilumina, definitivamente, a vida dos homens e o percurso da história.

"Quanto temos necessidade, também e sobretudo, neste nosso tempo _ disse ainda o Pontífice _ de emergir das trevas do mal, para experimentar a alegria dos filhos da luz!"

Nesse contexto, o Santo Padre pediu a intercessão de Maria, a fim de possamos obter o dom da paz para as populações do Oriente Médio, envolvidas em lutas fratricidas: "Sabemos muito bem que a paz é, antes de tudo, dom de Deus, que devemos implorar com insistência, na oração. Neste momento, queremos recordar que ela deve ser um compromisso de todos os homens de boa vontade. Ninguém está isento desse dever."

Diante da amarga constatação de que, até agora, as vozes e os apelos por um imediato cessar-fogo foram inúteis e desatendidos, o Papa voltou a fazer um premente apelo, pedindo a todos que oferecessem sua contribuição concreta para a construção de uma paz justa e duradoura.

Após a oração mariana, o Pontífice saudou os fiéis e peregrinos presentes e, por fim, recordou que, precisamente no dia 6 de agosto de 1978 _ festa da Transfiguração _ falecia, na residência apostólica de verão, em Castel Gandolfo, o Papa Paulo VI. Por isso, Bento XVI pediu que os fiéis rezassem por aquele grande pontífice que Deus deu à sua Igreja, nos anos tão importantes do Concílio Vaticano II e dos pós-Concílio. (MT)