A paz é empenho de todos os homens de boa vontade: insistência do Papa no Angelus
deste domingo, em Castelgandolfo.
“A paz é antes de mais dom de Deus, que há que implorar na oração”, mas é ao mesmo
tempo “empenho de todos os homens de boa vontade” – recordou Bento XV. O Papa apelou
uma vez mais a um cessar fogo, para que se possa construir “uma paz justa e duradoura”,
a bem das “populações do Médio Oriente dilaceradas por lutas fratricidas”. A alocução
papal começou com uma referência à celebração de 6 de Agosto, Festa da Transfiguração
do Senhor: “A transfiguração convida-nos a abrir os olhos do coração ao mistério da
luz de Deus presente em toda a história da salvação”. “Como as outras criaturas, a
luz é um sinal que revela algo de Deus: é como o reflexo da sua glória. Com o Livro
da Sabedoria, o simbolismo da luz é utilizado para descrever a própria essência de
Deus: a sabedoria, efusão da glória de Deus, é ‘um reflexo da luz eterna’, superior
a toda a luz criada. No Novo Testamento, é Cristo a constituir a plena manifestação
da luz de Deus”… “…Quanta necessidade temos nós, também neste nosso tempo, de emergir
das trevas do mal para experimentar a alegria dos filhos da luz! Evocando a figura
de Maria, ontem recordada na memória da dedicação da basílica de Santa Maria Maior,
o Papa confiou à Virgem a paz no Médio Oriente: “Queira a Virgem Santa obter a
paz para as populações do Médio Oriente dilaceradas por lutas fratricidas! Bem sabemos
que a paz é antes de mais dom de Deus, que há que implorar com insistência na oração,
mas neste momento queremos também recordar que a paz é empenho de todos os homens
de boa vontade. Que ninguém se subtraia a esse dever. Perante a amarga constatação
que não foram até agora escutadas as vozes que pediam um cessar-fogo imediato naquela
martirizada região, sinto a urgência de renovar o meu premente apelo nesse sentido,
pedindo a todos que ofereçam a sua contribuição concreta à construção de uma paz justa
e duradoura”. Após a reza do Angelus, Bento XVI evocou ainda o seu predecessor
Paulo VI, falecido precisamente em Castelgandolfo num domingo 6 de Agosto, festa da
Transfiguração, em 1978: “Neste aniversário, recordamo-lo com ânimo grato a Deus,
que dela fez dom à sua Igreja nos anos tão importante do Concílio e do pós-Concílio”.