2006-08-05 18:56:34

JESUÍTA: AS TAREFAS ATUAIS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA


Lisboa, 04 ago (RV) - Pe. Jean-Yves Calvez, conhecido sacerdote jesuíta francês, esteve recentemente em Portugal falando sobre "qual seriam hoje, as tarefas da Doutrina Social da Igreja", ocasião em que se revelou como um sereno e grande conhecedor do pensamento e do movimento social.

Segundo Pe. Calvez, o magistério social sempre teve em mente uma preocupação predominante: a defesa do ser humano concreto, nas condições novas da vida moderna. E foi o que fez nos seus primórdios, quando foi publicada a Rerum Novarum (1891), ao chamar a atenção para "as condições de miséria imerecida" em que se encontrava a classe operária. Nos tempos da Quadragesimo Anno (1931), apelou para outros fatores que a economia deve ter em conta, muito além da concorrência desenfreada.

Em meados do século passado, a preocupação predominante era a humanização da empresa de trabalho, esse lugar onde as pessoas passam o melhor da sua vida e de onde não raro saem aviltadas, em contraste com a matéria que daí sai muito valorizada.

Ao longo destas dezenas de anos em que se constituiu um corpo de doutrina muito notável, foi-se também clarificando o método, até se tomar consciência de que a Doutrina Social da Igreja não é apenas sociologia, mas é sobretudo teologia moral, quer dizer, uma compreensão da sociedade humana, vista a partir de Deus e de sua revelação.

Essa posição se evidencia de modo particular na defesa dos imigrantes e dos indocumentados, que são as maiores vítimas do pecado que continua bradando aos céus por "não pagar o salário a quem trabalha".

Pe. Calvez fez uma avaliação de mais de cem anos de ensinamento social, mostrando que, mesmo não questionando radicalmente o regime capitalista, que melhorou imensamente a vida, aconselha a abertura de um dossier do capitalismo (e o regime democrático), para resolver a sua questão principal (e sempre mais aguda): o fato de estar nas mãos de poucos, as decisões que dizem respeito a todos, e os bens que pertencem a todos, por direito natural. (MZ)







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