2006-08-03 19:12:40

MUDA A TEOLOGIA SOBRE A GUERRA JUSTA


Nápoles, 02 ago (RV) - Da "guerra justa" à "compaixão", ou seja, à "participação também emotiva e psicológica nos sofrimentos de quem é agredido e o conhecimento real dos custos que comporta cada recurso à guerra".

É o caminho que o jesuíta Pe. Cristopher Vogt sugere aos católicos, em particular aos norte-americanos, frente ao cenário internacional e às opções de política externa dos poderosos do mundo.

O jesuíta adverte que discernir sobre a moralidade da guerra não é tarefa que se possa delegar aos políticos. O teólogo convida, sobretudo, os cristãos a educar o povo para a virtude da paz.

Pe. Cristopher Vogt analisa o problema em seu artigo "Guerra justa e paz" na revista "Rassegna di teologia", publicada pela Pontifícia Faculdade Teológica do sul da Itália, com sede em Nápoles, dirigida pela Companhia de Jesus.

Pe. Vogt esclarece que "não pretende transformar a teoria católica sobre a guerra justa numa ética cristã totalmente pacifista". De fato, "às vezes", os líderes políticos e a opinião pública podem assumir o compromisso de uma séria reflexão moral a respeito da moralidade da guerra.

O jesuíta defende a tese de que, no campo católico norte-americano, observou que "as estratégias de combate das forças armadas norte-americanas no Iraque e no Afeganistão puseram à dura prova os limites legais da proporcionalidade, evidenciando sua total inadequação ética".

Em tal contexto Pe. Vogt critica o intelectual leigo católico George Weigel, que se havia pronunciado a favor da ocupação norte-americana do Iraque. "Weigel _ afirma o jesuíta _ confundiu o poder de desencadear a guerra com aquele de saber se é justo desencadeá-la. Basta pensar na Alemanha nazista para ver os perigos que derivam de tal confusão."

A propósito da "guerra justa", Pe. Vogt menciona também João Paulo II, que sempre foi contrário à teoria da guerra justa, dando ênfase à não-violência ativa. Para ele, a forma de João Paulo II afrontar a questão da guerra e do uso da força tem uma grande afinidade com a posição de Santo Tomás de Aquino.

O sacerdote sugere, por fim, à Igreja Católica nos Estados Unidos, duas saídas concretas: abordar o tema com a instrução e a catequese porque "discernir sobre a moralidade da guerra não é uma tarefa a ser deixada nas mãos dos políticos". "Num regime democrático, esta é uma responsabilidade universal" _ argumenta. Ou então, formar todo o povo de Deus para as "virtudes capazes de promover a paz e para outros compromissos morais cristãos vitais, que os católicos devem viver para bem deliberar sobre questões relativas à guerra". (MZ)







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