“Nada pode justificar que se derrame sangue inocente!”: Bento XVI, na audiência geral
desta quarta-feira. O Papa renovou um apelo à imediata cessação de todas as hostilidades
e violências. Presentes na Praça de São Pedro uns 40 mil acólitos vindos de toda a
Europa.
Sendo a sua grande maioria, de língua alemã (Alemanha, Áustria, Suíça), foi portanto
em alemão que o Papa Ratzinger pronunciar a parte mais consistente da sua catequese,
toda centrada no ministério que os acólitos desenvolvem, na Igreja, e o testemunho
de fé e vida espiritual que deles se espera. Numa linguagem simples e directa,
Bento XVI recordou que, se os Apóstolos foram amigos de Jesus, é porque eram seus
“amigos”. “Vós também – observou o Papa, dirigindo-se aos acólitos – vós sois já apóstolos
de Jesus! Quando participais na Liturgia exercendo o vosso serviço ao altar, a todos
dais um testemunho. A vossa atitude de oração, que vem do coração e que se manifesta
pelos gestos, pelo canto, pela vossa participação, tudo isso é já apostolados. Vós
estais muito perto de Jesus Eucaristia, o que é o maior sinal da sua amizade por vós.
Deixai-vos sempre maravilhar por tanto amor e proximidade! Caros acólitos, sede sempre
amigos e apóstolos de Jesus! Presentes também, nesta audiência geral, alguns peregrinos
de língua portuguesa, saudados pelo Papa: “Saúdo também
os peregrinos provenientes do Brasil e de Portugal, mormente da Paróquia de Santa
Maria Maior de Vila Real, aqui presentes e os acólitos que participam desta Audiência.
Que Deus vos abençoe!” Foi na conclusão da audiência que Bento XVI renovou o convite
à oração pela paz no Médio Oriente: "Temos os olhos cheios das terríveis imagens
dos corpos dilacerados de tantas pessoas, sobretudo de crianças – penso em especial
em Cana, no Líbano. Desejo repetir que nada pode justificar que se derrame sangue
inocente, qualquer que seja a parte de onde isso provenha! Com o coração cheio de
aflição renovo uma vez mais um premente apelo à imediata cessação de todas as hostilidades
e de todas as violências, ao mesmo tempo que exorto a comunidade internacional e todos
os que estão mais directamente envolvidos nesta tragédia a criarem sem mais tardar
as condições para uma definitiva solução política da crise, capaz de oferecer um futuro
mais sereno e seguro às gerações que virão”.