LÍDERES RELIGIOSOS LIBANESES ELOGIAM RESISTÊNCIA DO HEZBOLLAH E CLASSIFICAM AÇÕES
ISRALENSES COMO "CRIMES DE GUERRA"
Beirute, 01 ago (RV) - Líderes de todas as comunidades religiosas libanesas
_ cristãs, mulçumanas e drusas _ reuniram-se, na manhã de ontem, na sede do Patriarcado
Maronita, em Bkerké, próximo à fronteira com a Síria, para definir uma posição comum
frente à ofensiva israelense e sobre a guerrilha do Hezbollah.
No final da
reunião, o secretário-geral do Comitê para o Diálogo Islâmico-cristão, Mohammad Sammak,
leu um comunicado, elogiando a resistência do Hezbollah e condenando a agressão israelense.
Os
religiosos libaneses classificam as agressões israelenses como "crimes de guerra"
e solicitam à comunidade internacional que anule o bloqueio aéreo, naval e terrestre
imposto por Israel ao Líbano, desde o início da ofensiva.
Os líderes religiosos
libaneses reconhecem o Hezbollah como parte da sociedade nacional libanesa.
Segundo
a TV libanesa "LBC", ao abrir a reunião, o patriarca católico maronita, Cardeal Nasrallah
Pierre Sfeir, afirmou que "o povo libanês deu um testemunho vivo da comum convivência
entre religiões e confissões diversas".
De acordo com o patriarca, "esse caráter
dos libaneses não agrada a seus inimigos". O Cardeal Sfeir convidou todos à unidade
nacional e a acolher os deslocados e refugiados, pedindo também uma solução para a
crise libanesa.
Durante o encontro, o purpurado responsabilizou Israel pela
destruição do Líbano e insistiu em que a ofensiva israelense não pode ser uma mera
reação ao seqüestro de dois soldados israelenses, pelo Hezbollah, em 12 de julho passado.
O patriarca também reiterou a necessidade de que Israel se retire das terras de Cheba,
na tríplice fronteira entre Síria, Israel e Líbano e também da região de Kfar Chuba,
no sul do país.
O patriarca católico maronita manifestou seu apoio a extensão
da autoridade do Estado libanês sobre todo o seu território, inclusive sobre o sul,
dominado pelo Hezbollah, e também ao plano em sete pontos, ilustrado pelo primeiro-ministro
libanês, Fouad Siniora, durante conferência internacional de paz para o Líbano, realizada
recentemente, em Roma. (WM)